Pacheco amplia prazo para apresentação de emendas à LDO e dá mais tempo para governo definir estratégia sobre meta fiscal de 2024

Data limite para os parlamentares apontarem sugestões de mudança ao texto passa a ser sexta-feira, às 16h

Marcos Mortari

Publicidade

O presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu, na última segunda-feira (13), prorrogar em um dia o prazo para a apresentação de emendas ao Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2024.

Com isso, a data limite para os parlamentares apontarem sugestões de mudança no texto, cujo parecer preliminar do relator Danilo Forte (União Brasil-CE) foi aprovado pela Comissão Mista de Orçamento (CMO) na semana passada, passou para as 16h (horário de Brasília) de sexta-feira (17).

O movimento ajuda a dar mais tempo para que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se organize sobre uma possível mudança da meta fiscal de 2024, que atualmente prevê zerar o déficit primário, mas é visto com ceticismo por agentes econômicos e políticos.

Continua depois da publicidade

Com a aprovação do parecer preliminar do relator para o PLDO, o governo não pode mais encaminhar mensagem presidencial para solicitar uma mudança da meta fiscal. Sendo assim, restaram sobre a mesa dois caminhos para o movimento − que é dado como certo nos bastidores.

Um deles seria justamente a partir das emendas ao texto. Neste caso, o Palácio do Planalto poderia patrocinar uma sugestão de mudança apresentada por qualquer parlamentar (preferencialmente da base aliada), para que o dispositivo fosse acatado pelo relator ou votado em destaque na CMO ou em plenário. Mas, para isso acontecer, é preciso que algum congressista apresente uma emenda que contemple os interesses do governo e o dispositivo seja incorporado ao texto até sua votação no Legislativo (que deve ocorrer antes do recesso parlamentar, em dezembro).

Outro caminho, que agrada mais a ala econômica do governo seria deixar a discussão para 2024, durante a execução orçamentária. Neste caso, o governo poderia encaminhar ao Congresso Nacional a qualquer momento um Projeto de Lei do Congresso Nacional (PLN) propondo a alteração da meta. Aos olhos de integrantes do Ministério da Fazenda e do Ministério do Planejamento e Orçamento, este seria um caminho para não queimar a largada da discussão de medidas de arrecadação em tramitação e reduziria o custo reputacional do movimento, além de abrir uma chance de um ajuste mais preciso.

Continua depois da publicidade

Tal encaminhamento, no entanto, preocupa parte da ala política, que tem no ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), o principal porta-voz nesta discussão. Para este grupo, o ideal seria realizar a mudança ainda em 2023, evitando o risco de um expressivo contingenciamento logo no início do ano seguinte − o que poderia travar a execução de políticas públicas importantes, como o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), em um ano de eleições municipais.

Com a decisão de Pacheco, qualquer parlamentar pode propor emendas individualmente ao PLDO na CMO até o fim da semana. A expectativa é que o texto seja votado no colegiado até 23 de novembro. Mas não há previsão de quando a deliberação deverá ocorrer em plenário, onde também é possível apresentar emendas, porém, com exigência de apoio mínimo de 1/3 nas duas casas legislativas (ou seja, 171 deputados e 27 senadores).

O assunto também foi abordado na última edição do podcast Stock Pickers, do InfoMoney. Assista a íntegra pelo vídeo acima ou clicando aqui.

Marcos Mortari

Responsável pela cobertura de política do InfoMoney, coordena o levantamento Barômetro do Poder, apresenta o programa Conexão Brasília e o podcast Frequência Política.