Servidores do BC tentam entregar, pelas mãos de Campos Neto, carta com reivindicações a Lula

Sindicato da categoria não descarta a possibilidade de os funcionários entrarem em greve ainda neste mês

Estadão Conteúdo

Fachada do Banco Central do Brasil
Fachada do Banco Central do Brasil

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O Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal) tenta entregar ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, uma carta com as reivindicações da categoria e reclamações sobre o tratamento obtido junto ao Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos.

O próprio presidente do BC, Roberto Campos Neto, iria entregar o documento a Lula na manhã de quinta-feira (16), mas a reunião entre eles no Palácio do Planalto foi cancelada. O Sinal agora buscará o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para fazer chegar a carta ao presidente.

No dia 1º de novembro, os servidores do BC entraram na terceira fase da operação-padrão do órgão. O sindicato não descarta a possibilidade de os funcionários entrarem em greve ainda neste mês.

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No ano passado, a categoria chegou a fazer greve por 90 dias por reajuste salarial e reestruturação da carreira, sem qualquer resultado junto ao governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL).

Neste ano, a regulamentação da lei sobre bônus de produtividade dos auditores fiscais da Receita Federal em junho elevou a insatisfação dos funcionários do BC, que contam com apoio público não apenas de Campos Neto, como dos demais diretores da instituição.

Em operação-padrão desde julho, o movimento já tem afetado diversas divulgações estatísticas da autoridade monetária, e instituições financeiras já sentem a demora no andamento de processos junto ao órgão regulador.

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Reestruturação x concurso público

Embora o governo Lula tenha autorizado a realização do primeiro concurso para o BC desde 2013, com 100 vagas, a categoria deseja uma reestruturação da carreira antes da realização do certame.

Além do bônus produtividade, os funcionários da autoridade monetária pedem a exigência de ensino superior para o cargo de técnico na autarquia e a alteração de nomenclatura do cargo de analista para auditor.

Em julho, porém, a ministra da Gestão, Esther Dweck, disse que a carreira do BC não deve ter uma reestruturação no curto prazo. “No caso do BC, não tem questão de reestruturação, sinceramente. Eles querem aumento, como todo mundo, e um bônus como o da Receita. O BC é uma carreira que não se compara com as carreiras que realmente precisam de reestruturação. O BC está muito próximo de outras carreiras que já são bem estruturadas”, afirmou a ministra, na ocasião.

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De acordo com o Sinal, a adesão ao movimento de operação-padrão no BC é de 70% da categoria.

“A escalada do movimento deve-se à falta de devolutivas do governo federal em relação à pauta de valorização da carreira de especialista apresentada ao Executivo no primeiro semestre deste ano. Se a reunião oficial com os servidores do BC for marcada, algumas medidas – como a entrega de substituições de funções comissionadas – podem ser rediscutidas; caso contrário, o caminho mais provável é a radicalização”, completa o sindicato.

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