Publicidade
Se tem algo que a pandemia não eliminou foi a tradição do happy hour na região da Faria Lima. Ao contrário, a tradição do boteco no fim do dia, à espera de um alívio no trânsito, ficou tão consolidada que o grupo Alife Nino, dono das marcas Tatu Bola e Boa Praça, rompeu no ano passado as fronteiras das capitais paulista e carioca e alcançou cidades do Nordeste e Centro-Oeste. E, com isso, caminha para fechar 2023 com um faturamento de R$ 400 milhões, acima dos R$ 300 milhões de 2022.
Até 2021, o grupo Alife Nino – composto também pelos restaurantes Julieta, Nino Cucina e Da Marino, estava em São Paulo e no Rio. “Mas aí a gente surfou um momento muito bom de mercado. Teve aquele alvoroço das pessoas precisando sair de casa, consumir, e isso abriu espaço para um crescimento expressivo”, conta Flavio Sarahyba, sócio e vice-presidente de relações institucionais.
O resultado foi aa expansão da rede de bares e restaurantes para mais de 15 cidades espalhadas por 10 estados do país, incluindo Campo Grande, Goiânia, Cuiabá, Brasília, Fortaleza e Recife. “São Paulo é a cidade do happy hour. Mas quando a gente começa a rodar pelo Brasil, a gente vê que essa cultura não é tão forte”, afirma o executivo. E o faturamento saiu de R$ 150 milhões em 2021 para R$ 300 milhões em 2022.
Continua depois da publicidade
A estratégia é levar uma das duas marcas de expansão do grupo – o Tatu Bola para as cidades em que há um perfil de consumo mais regional e o Boa Praça para locais mais urbanos. E incluir sempre aspectos típicos do local, tanto no cardápio como na programação musical. “Não chegamos com o produto pronto. A gente sabe que tem um percentual de adaptação de acordo com o comportamento do consumidor local”, explica.
Os bares do Nino Alife têm como diferencial a música ao vivo, oferecida todos os dias da semana, em todas as unidades. E isso acabou abrindo uma importante frente de trabalho dentro da empresa: a prospecção e gestão de bandas musicais. Por mês, passam cerca de 1.500 bandas pelas 30 unidades da rede. Dentro do departamento de marketing, há uma equipe dedicada a fazer essa curadoria nas diferentes regiões em que o grupo atua. Algumas dessas bandas chegam a fazer turnês pelas cidades onde a rede está instalada. “Acaba sendo uma plataforma de divulgação dos músicos independentes”, diz Sarahyba.
Com a expansão do grupo, veio também a necessidade de organizar, no início do ano, um departamento voltado para questões de ESG, que atua em três frentes: energia, gestão de resíduos e responsabilidade social. O grupo aderiu a um programa que prevê que, até o fim de 2024, 70% das operações sejam feitas por meio de energia renovável. Em São Paulo, o Alife Nino contratou a empresa Sun Mobi, de energia solar. “É um mercado que está em erupção. Tem muita oferta de fornecedores, mas é preciso entender bem como cada um trabalha para que se obtenha todos os benefícios dessa alternativa, inclusive em termos de custo”, diz.
Continua depois da publicidade
Do lado da gestão de resíduos, Sarahyba diz que 100% da operação em São Paulo já opera sob o plano de aterro sanitário zero. E, em outras praças, a empresa busca fornecedores que cuidem da destinação dos resíduos. “É um mercado muito pulverizado e é preciso encontrar fornecedores em cada região”, explica.
You must be logged in to post a comment.