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O Banco do Brasil (BB) anunciou neste sábado, 18, um conjunto de medidas para promover a igualdade e a inclusão étnico-racial no País. As ações envolvem clientes, funcionários, fornecedores e outros parceiros estratégicos do banco, e serão adotadas de modo voluntário. O BB se tornou alvo de inquérito do Ministério Público Federal em setembro sobre sua participação na escravidão de pessoas negras no Brasil no século XIX e tem afirmado que reconhece o direito à verdade, mas que o período precisa ser analisado de modo mais amplo.
Em uma das ações anunciadas hoje, o banco incluiu uma cláusula de fomento à diversidade nos contratos com fornecedores, que entrará para a política de relacionamento com estes agentes. Uma licitação realizada em outubro deste ano foi piloto da iniciativa, com uma disposição para fomentar nos fornecedores a criação de políticas internas de diversidade, equidade e inclusão.
O BB também fará parceria para encaminhar jovens egressos do programa de menor aprendiz ao mercado de trabalho. Esse acordo está em negociação com uma entidade externa, que não teve o nome revelado. Dos 2,2 mil jovens que estão no programa, 1,5 mil são pretos e pardos, de acordo com o banco.
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A instituição também fará um workshop sobre a promoção da diversidade, equidade e inclusão com estatais e fornecedores. Neste workshop, serão compartilhados compromissos firmados pelo BB com o Pacto Global da ONU, e estimulada a criação de comitês de ética e diversidade nas empresas fornecedoras.
Em outra medida, o BB terá um programa de aceleração e desenvolvimento de carreira de funcionários pretos e pardos. Serão identificadas até 150 pessoas negras com potencial para atuar como líderes na empresa, e que terão auxílio para qualificação e prioridade para nomeações a cargos como gerente executivo, superintendente estadual e outros cargos gerenciais em unidades estratégicas e táticas.
Em paralelo, haverá um programa de mentoria em que atuais líderes negros do banco darão consultoria a 300 profissionais sobre temas ligados a raça e carreira.
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O banco já possuía ações ligadas à promoção da igualdade racial, como um edital de empoderamento socioeconômico de mulheres negras e o Projeto Memória Lélia Gonzalez, que foi criado em 2013 e vai ser retomado.
Reparação
A investigação do MPF foi instaurada após uma manifestação de professores e universitários que afirmaram que o banco tinha na diretoria e no quadro de sócios, naquele século, pessoas ligadas ao tráfico de africanos e à escravidão. Desde então, houve reuniões entre o banco e o MPF.
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Em nota, a presidente do BB, Tarciana Medeiros, afirma que toda a sociedade brasileira deveria, de forma direta ou indireta, pedir desculpas à população negra por algum tipo de participação na escravidão. “Neste contexto, o Banco do Brasil de hoje pede perdão ao povo negro pelas suas versões predecessoras e trabalha intensamente para enfrentar o racismo estrutural no País”, diz.
Medeiros é negra e é a primeira mulher a presidir o BB nos 215 anos do banco. Ela afirma que o banco não se furta a encarar a real história de suas versões anteriores, mas que por ser uma instituição da atualidade, realiza atividades voluntárias para combater a desigualdade étnico-racial, com metas concretas.
Ela afirma ainda que é necessária uma reflexão de toda a sociedade, de forma permanente, sobre o tema, para que o debate não seja reduzido. “As sequelas da escravatura convocam todos os atores sociais contemporâneos a agir para a promoção da igualdade étnico-racial, a contribuir por meio de ações concretas, como as que o Banco já desenvolve de modo pioneiro, voluntário e destacado.”
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A diversidade é um dos pilares da gestão de Medeiros, que criou um comitê ligado ao tema de mesmo peso dos grupos que discutem outras questões estratégicas, como o crédito.
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