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A B3 (B3SA3) realizou evento com analistas e investidores na tarde da última terça-feira (12). Entre os principais pontos apresentados, estão as novas iniciativas como a extensão de horário de negociação e a portabilidade de investimentos, perspectivas positivas para 2024 e cenário regulatório.
“No geral, a empresa destacou o crescimento do mercado de capitais brasileiro nos últimos cinco anos e enfatizou a contribuição de novos produtos e serviços para as receitas (ou seja, dados e análises atingindo cerca de 10% a 20% das receitas nos próximos anos, em comparação com 5-6% nos últimos 12 meses)”, considerou o JPMorgan.
Para o Morgan Stanley, os principais tópicos tratados no evento incluíram prioridades estratégicas, perspectivas para 2024, últimas informações sobre IoC, dados e tecnologia, novos produtos e o cenário regulatório. O banco considera o nome como equal-weight (equivalente a neutro), com preço-alvo estabelecido em R$ 14,50.
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“Acreditamos que a gestão está focada nos itens certos, com inovação e centralidade no cliente destacados como principais prioridades para o futuro”, considera a análise do banco estrangeiro.
Para o JPMorgan, que tem preferência para a XP (XPBR31) entre os players do mercado de capitais, é possível que a B3 se beneficie da queda da taxa Selic em 2024.
“O controle de custos, a disciplina de capital (ou seja, ser racional em fusões e aquisições) e a diversificação continuam sendo focos, pois a B3 busca receitas menos transacionais e mais recorrentes”, reforça.
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A companhia se apresentou otimista quanto ao crescimento da receita para 2024, apostando principalmente em taxas mais baixas de juros para impulsionar a atividade no mercado de ações.
” Embora a gestão não veja a atividade no mercado de ações em 2024 retornando aos níveis fortes da pandemia, ela acredita que as taxas de juros mais baixas no Brasil deveriam proporcionar um impulso de crescimento. Menos volatilidade nos mercados globais também pode ser um benefício adicional”, afirma o Morgan Stanley.
A análise do Goldman Sachs sobre o evento apresenta a mesma visão, que reforçou como destaques da ocasião a afirmação da continuidade da estratégia existente da companhia e a ambição de aumentar a liquidez geral do mercado. O banco considera que as taxas mais baixas poderão trazer “ventos favoráveis” que serão positivos para o mercado mais desenvolvido.
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“Além disso, a empresa reafirmou sua estratégia existente de fortalecer o negócio principal e diversificar as receitas provenientes de negociações. A administração está relativamente otimista em relação às perspectivas para as ações nos próximos dois anos, à medida que as taxas diminuem, enquanto novos produtos podem ganhar relevância a médio prazo”, considera o Goldman Sachs.
A diversificação da receita da B3 também foi mencionada na análise do banco, considerando que o movimento foi realizado também por outras bolsas globais, como a Nasdaq e a LSE.
As receitas totais declaradas pela B3 nos últimos 12 meses foram de R$ 10 bilhões, ante R$ 5,3 bilhões em 2018. Do crescimento apresentado 49% foi impulsionado por novas iniciativas da companhia.
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“Enquanto as receitas de ações diminuíram 10% nos últimos 12 meses, a receita total permaneceu relativamente inalterada devido a uma maior diversificação de negócios”, destaca o Goldman, que classifica os papéis da companhia como neutras, com preço-alvo de R$ 14,50 por ação. A meta de preço é estabelecida através do modelo de fluxo de caixa descontado.
“As ações estão sendo negociadas a 16,3 vezes a relação entre preço e lucro estimado para 2024, 7% abaixo de sua média histórica de 17,6 vezes, enquanto nosso preço-alvo implica que deveria ser negociada a 17,1 vezes. Isso está abaixo dos pares globais de bolsas a 22,3 vezes, mas acima da mediana para os não-bancos em nossa cobertura, que está em 11,9 vezes”, explica o Goldman.
Entre os riscos considerados para a companhia, estão o crescimento de volume mais lento que o esperado, riscos regulatórios e litígios relacionados a ágio e contingências legais de câmbio.
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Considerando as novas iniciativas, os papéis também apresentam possibilidades de alta ligadas ao crescimento de volume (em especial, de ações) mais rápido que o esperado, recuperação mais rápida do mercado de crédito, considerando a unidade de valores mobiliários, e o crescimento mais forte de vendas de veículos.
Novas iniciativas
Sobre as novas iniciativas, na análise do Morgan, há o entendimento de que estender o horário de negociação poderá atrair mais investidores do varejo.
Entre as frentes apresentadas pela companhia no evento de ontem, o Morgan destaca que os setores de dados e tecnologia poderão alcançar até 15% das receitas totais em 3 a 5 anos. A B3 tem como objetivo de longo prazo se tornar a maior empresa de soluções de dados no Brasil.
“Embora a gestão não espere que este setor mova significativamente a agulha nos próximos 1-2 anos, ela acredita que está posicionado para continuar entregando crescimento de dois dígitos ao longo deste período e atingir 15% das receitas totais nos próximos 3-5 anos (em comparação com os atuais 5-6%)”, destaca o Morgan.
Em relação à alteração prevista na reforma tributária para os Juros sobre Capital Próprio (JCP), o Morgan considera que o impacto não deverá ser grande para a companhia, com a alteração atual do texto. Na redação original, o impacto poderia ser de até 10% para a B3. De qualquer maneira, a proposta ainda segue em discussão e deverá apenas entrar em vigor em 2025.
O Bradesco BBI considerou que as microiniciativas apresentadas trazem mensagem positiva para o nome e podem garantir potencial para crescimento de receitas a longo prazo.
“No curto prazo, no entanto, as perspectivas operacionais da B3 parecem continuar dependendo em grande parte das condições de mercado (ou seja, volumes de ações/detalhes de derivativos) – que devem ser o principal impulsionador dos ganhos em 2024”, pondera o análise.
O Itaú BBA classifica a ação como outperform (desempenho acima da média, similar à compra) e estabeleceu preço-alvo em R$ 17 por ação para 2024.
“Observamos a empresa trabalhando para fortalecer ainda mais o negócio principal, criar novas receitas, mantendo as despesas controladas. Também aproveitamos a oportunidade para atualizar nosso modelo. Continuamos a gostar das ações, embora tenhamos tido que reduzir nossas expectativas para o volume diário médio negociado (ADTV) do próximo ano de aproximadamente R$ 33 bilhões para cerca de R$ 29 bilhões”, entende.