Você tem conhecimento suficiente para resolver seus problemas e os da empresa?

Uma pesquisa da Korn Ferry mostrou que “apenas 23% das empresas estão confiantes de que seus executivos possuem capacidade de liderança para executar suas estratégias. E somente 18% das companhias confiam em que sua equipe de comando demonstra ter as atitudes necessárias para cumprir, com êxito, as prioridades estratégicas de cada negócio“. (*)

Silvio Celestino

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

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Uma pesquisa da Korn Ferry mostrou que “apenas 23% das empresas estão confiantes de que seus executivos possuem capacidade de liderança para executar suas estratégias. E somente 18% das companhias confiam em que sua equipe de comando demonstra ter as atitudes necessárias para cumprir, com êxito, as prioridades estratégicas de cada negócio”. (*)

Sem dúvida isso é razão de elevada incerteza, provável declínio da companhia e prejuízos.

Entre as muitas causas possíveis, uma delas é que há uma lacuna considerável entre o nível existente de conhecimento do executivo e seu time e o que é requerido deles para compreender e estar capacitados a implementar a estratégia.

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A solução necessariamente passa por uma questão moral sobre a aquisição de conhecimento: um executivo não pode esperar que a empresa o treine para tudo o que ela precisa. O indivíduo precisa ser proativo em seus estudos, e de maneira constante e consistente. E isso vale para todos os profissionais.

Eu tive um exemplo disso recentemente no III Congresso Internacional de Administração, organizado pelo Grupo SER, em Olinda.

Antes de minha palestra, o presidente da IBM, Marcelo Porto, em sua fala, perguntou à plateia: “Quem de vocês já ouviu falar de blockchain?” (**) Para minha mais absoluta surpresa, dos cerca de 600 presentes, ninguém levantou a mão.

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Então, ele esclareceu que estava participando de inúmeras reuniões e conferências sobre esse tema, que deverá redefinir mercados inteiros, como o bancário, imobiliário, editorial, musical etc.

Diante da magnitude dessa questão, todo indivíduo, especialmente em cargo gerencial, deveria informar-se o mais rapidamente possível a respeito e refletir sobre as implicações em sua área de atuação.

Entretanto, muitas pessoas somente estudam se isso for acarretar uma promoção ou um aumento de renda. Ou seja, na verdade não estão interessados no conhecimento, mas no dinheiro que ele pode lhes render. Com esse pensamento, é muito pouco provável que adquiram o nível de conhecimento necessário para qualquer coisa, quanto mais para capacitá-los a compreender e implementar uma estratégia, com todas as complexas nuances que recaem na gestão de pessoas.
Um profissional deve estudar para ficar mais inteligente, e isso significa ser capaz não apenas de resolver as questões da empresa, mas seus próprios problemas, até mesmo aqueles da esfera existencial. Um indivíduo que espera resolver todos os seus problemas, especialmente os financeiros, para depois começar a ler e a ficar inteligente, pode passar a vida toda sem entender nada a respeito de sua própria existência. Além de terminar a vida pobre – financeiramente, de espírito ou de ambos.

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No Brasil, se você ficar um feriado inteiro jogando bola, comendo churrasco e bebendo cerveja, será considerado normal. Mas se você chegar logo depois do período que deveria ser de descanso e indagar a seus colegas de trabalho: “Você viu o livro ‘X’ sobre blockchain?”, ou então disser que fez um seminário sobre o tema, o que eles lhe dirão? Alguns vão considerá-lo estranho, chamá-lo de nerd, ou mesmo de coisas bem piores, por desperdiçar seu feriado lendo e estudando. Em vez de admirá-lo por seu esforço adicional. Esforço esse louvável, diante de uma crise que tem nos exaurido mental, física e psicologicamente. Ou seja, há uma inversão de valores. E depois reclamam que “o País” não evolui. O País não seria cada um de nós?

É verdade que somos frutos de uma cultura, mas também agentes de sua transformação. Precisamos ter, no mínimo, o mesmo apreço pelo esforço para aprender que temos para descansar e nos divertir – em São Paulo, pessoas passam horas em congestionamentos na estrada somente para chegar ao seu destino de lazer. Acredite, é um esforço considerável.

Não é apenas uma estratégia empresarial que não pode ser implementada com pessoas sem o conhecimento necessário. Mas a vida com que você sonha também não se realizará de forma efetiva se você não se interessar em ter o conhecimento requerido para transformá-la em realidade, por meio de um planejamento e uma implementação de sucesso, de maneira consciente e duradoura.

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Vamos em frente!

(*) A menção à pesquisa está neste link: http://economia.estadao.com.br/blogs/coluna-do-broad/empresas-reconhecem-que-falta-habilidade-para-lider-executar-estrategias/

(**) Se você quiser começar a entender sobre o que é blockchain recomendo o seguinte artigo: https://www.linkedin.com/pulse/blockchain-most-disruptive-invention-since-internet-itself-hiesboeck

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(***) Autor do livro “O Líder Transformador, como transformar pessoas em líderes”, Sílvio Celestino é sócio fundador da Alliance Coaching. No Twitter: @silviocelestino. Visite: www.alliancecoaching.com.br e www.facebook.com/AllianceCoachingBrasil.

Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.