Mantenha a ética, mas não espere o mesmo de todos

Nas últimas semanas, dois executivos de empresas e mercados diferentes comentaram comigo o mesmo problema: profissionais que conheciam havia mais de uma década foram antiéticos em seus atos. Ambos haviam sido prejudicados por isso.

Silvio Celestino

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Nas últimas semanas, dois executivos de empresas e mercados diferentes comentaram comigo o mesmo problema: profissionais que conheciam havia mais de uma década foram antiéticos em seus atos. Ambos haviam sido prejudicados por isso.

Não se trata de uma coincidência. Em função dos artificialismos econômicos utilizados para evitar os efeitos da crise de 2008, há profissionais no mercado que nunca enfrentaram uma contração econômica severa, como a que ocorre agora. E, portanto, não tiveram sua ética testada em profundidade.

A maior crise do mercado financeiro de todos os tempos ocorreu em 2000, portanto, alguém que começou sua carreira naquele ano aos 25 anos, e hoje está com 40, nunca vivenciou uma recessão econômica. Não sabe o que significa perder um alto salário e ter de vender seu patrimônio, desfazendo-se de investimentos para pagar contas. Ao mesmo tempo, se apavora com essa possibilidade. E alguém com muito medo e sem caráter pode agir de maneira antiética para proteger-se.

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Isso significa que você deve estar preparado para defender-se desses indivíduos, principalmente se forem seus chefes. Infelizmente, alguns profissionais, por ser éticos, partem do seguinte princípio: “considerar todas as pessoas honestas, a menos que provem o contrário”. O problema é que essa prova pode ser a destruição de sua carreira. É importante saber que, nos momentos de depressão econômica, as pessoas se tornam sobreviventes.

Alguém antiético avalia que é melhor sobreviver, mesmo que isso prejudique outros, do que procurar soluções conjuntas. No curto prazo, parece uma boa ideia, mas o que esse indivíduo faz com isso é destruir sua reputação. E, no longo prazo, a credibilidade é a principal moeda de troca, e não o patrimônio ou o dinheiro no banco. Portanto, seja ético, por mais duras que sejam as decisões que tenha de tomar e por mais árduo que seja o período que tenha de enfrentar. Saiba avaliar e proteger-se de pessoas que possam prejudicá-lo em benefício próprio.

O importante é que você enfrente a crise como uma oportunidade de manter-se íntegro, aprender e criar condições para voltar a crescer assim que possível.

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O mundo precisa de pessoas éticas, que saibam se proteger e vencer aqueles que não jogam pelas regras do jogo. Afinal, a vitória tem de valer a pena agora e por toda a sua carreira.

Vamos em frente!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.