Você se coloca no lugar do outro?

No momento em que uma greve é declarada ilegal pela Justiça, cabe perguntar se as pessoas se lembram de que seus direitos terminam onde começam os dos demais.

Silvio Celestino

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No momento em que uma greve é declarada ilegal pela Justiça, cabe perguntar se as pessoas se lembram de que seus direitos terminam onde começam os dos demais.

Um grande desafio que enfrentamos é que certas pessoas não se colocam no lugar das outras. Comportam-se como se existissem somente elas e suas adversidades para ser resolvidas. Sentem-se com raiva do mundo, por ele não se preocupar com seus problemas e querem resolvê-los a qualquer custo, até mesmo por meio da violência física e pelo desrespeito às leis.

Mas, na verdade, quando se observa com atenção a história de cada pessoa, dificilmente encontraremos alguém que não enfrente, ou não tenha enfrentado, um problema muito grave. E, se todos têm o direito de fazer o que for necessário para resolvê-lo, esse direito cessa no do outro.

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A causa dessa desconsideração para com os demais é a falta de consciência de que seus problemas, por maiores e mais agudos que sejam, não são os únicos que contam.

Eu mesmo me lembro do ano de 2005, quando tive uma embolia pulmonar. Foram dez dias sem diagnóstico e lutando desesperadamente para convencer os médicos de que algo muito grave estava acontecendo com meu organismo. E, quando finalmente descobriram, fiquei hospitalizado por uma semana. Na saída, não tinha forças para trabalhar. Passei por duras dificuldades financeiras. O dinheiro acabou, vendi tudo o que tinha para buscar auxílio nos Estados Unidos e, quando voltei, estava quebrado. E, em 2012, tive mais duas embolias.

De certo modo, é um milagre ainda estar vivo, e bem.

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A vida segue, e as adversidades, também. É assim para todo mundo.

Colocar-se no lugar do outro é uma boa forma de alguém conhecer seus limites para solucionar suas próprias questões. Também é uma boa chance de interessar-se pelos reais problemas de sua empresa, de sua cidade, seu Estado e país.

Interessar-se pelas histórias de lutas e adversidades de cada pessoa é uma fonte inesgotável de inspiração para viver sua vida com dignidade e honrar outros que fazem o mesmo.

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Com o tempo, você descobre que os outros são você, e que não prejudicá-los é não prejudicar a si mesmo.

Por último, e insisto nisso, o mundo precisa que todos contribuam com ele, mas dentro das regras. Já que estamos no início de uma Copa do Mundo, é bom lembrar que já vimos seleções que ganharam a Copa com gols feitos com a mão.

Se quisermos ser dignos, devemos ser capazes de sair vitoriosos, mas respeitando as regras do jogo: no campo, em nossas carreiras e na vida!

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Vamos em frente!

P.S. Vai, Brasil!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.