A retenção de pessoas-chave na fusão de empresas

As recentes fusões grupos empresariais nos faz pensar sobre o que passam os funcionários de empresas em momentos como esse, especialmente os que pertencem àquela que foi adquirida. Em geral, os acionistas e o primeiríssimo escalão das companhias sabem exatamente o motivo da compra. Já os funcionários são comunicados por último, isso quando há uma comunicação especial para eles. É comum as pessoas saberem pela mídia de notícias importantes sobre a empresa em que trabalham. O que é terrível, principalmente em momentos de fusão, pois gera muito medo e um comportamento tribal por parte delas.

Silvio Celestino

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A compra da divisão de celulares da Nokia pela Microsoft nos faz pensar sobre o que passam os funcionários de empresas em momentos como esse, especialmente os que pertencem àquela que foi adquirida. Em geral, os acionistas e o primeiríssimo escalão das companhias sabem exatamente o motivo da compra. Já os funcionários são comunicados por último, isso quando há uma comunicação especial para eles. É comum as pessoas saberem pela mídia de notícias importantes sobre a empresa em que trabalham. O que é terrível, principalmente em momentos de fusão, pois gera muito medo e um comportamento tribal por parte delas. Isso fica visível quando, após algum tempo, os colaboradores ainda se identificam como sendo da ex-empresa “X” – aquela que foi comprada. Uma evidência de que não se sentem integrados à nova organização.

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Historicamente, nem sempre as empresas tomam os devidos cuidados para preservar o principal motivo da fusão. Por exemplo, uma firma deseja ter acesso a tecnologias que pertencem a outra e, para isso, decide comprá-la. Entretanto, não emite uma mensagem clara aos empregados desta última. Como resultado, eles começam a se demitir, inclusive aqueles responsáveis pelo departamento de pesquisa e desenvolvimento, que são, em última análise, o principal motivo da compra. Ou seja, ao final da fusão a empresa continuará incapaz de desenvolver a tecnologia que tanto desejava.

O ideal seria que cada companhia tivesse um plano de cultura organizacional gerido com o mesmo rigor que os planos financeiros e de marketing. Isso é, uma visão clara de como precisa que seus funcionários se sintam e se comportem para que a estratégia da companhia seja bem-sucedida. Afinal, no longo prazo o que irá prevalecer será sempre a cultura, não a estratégia. Por isso que cultura organizacional é um assunto para CEO. Ela é determinante para o sucesso de seus planos. Quando a gestão da cultura é negligenciada o futuro da companhia é colocado em risco, principalmente em momentos de fusão. Neles, o comportamento de todos e a retenção de funcionários relevantes são fatores decisivos para o sucesso.

Em resumo, não adianta somente comprar, é necessário integrar pelas razões certas. Afinal, o mundo não precisa de empresas maiores, mas de empresas que funcionem. Vamos em frente!

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Silvio Celestino

É coach de gerentes, diretores e CEOs desde 2002. Também atende a executivos que desejam assumir esses cargos. Possui certificação e experiência internacional em coaching. Foi executivo sênior de empresas nacionais e multinacionais na área de Tecnologia da Informação. Empreendedor desde 1994.