O preço final do produto sempre é definido pelo franqueador?

No sistema de franquias, as regras para a operação do negócio são definidas pela franqueadora e a política comercial é uma das mais importantes

Lyana Bittencourt

Importante: os comentários e opiniões contidos neste texto são responsabilidade do autor e não necessariamente refletem a opinião do InfoMoney ou de seus controladores

Publicidade

No sistema de franquias, as regras para a operação do negócio são definidas pela franqueadora e a política comercial é uma das mais importantes. A definição do preço final dos produtos é realizada com base em variáveis que envolvem toda a cadeia de abastecimento.

Quando a franqueadora é a mesma empresa que fabrica o produto ou faz parte do mesmo grupo, a precificação é administrada pela marca bem como a divulgação destes para os franqueados da rede.

Já quando os fornecedores são homologados pela franqueadora, em função da rede trabalhar com um mix de produtos variado, o preço final pode ou não ser definido pela franqueadora. Isso vai depender do quanto a marca está estruturada para dar esse apoio.

Continua depois da publicidade

No caso do abastecimento da rede por vários fornecedores, existem algumas práticas no mercado de franquias realizadas pelas franqueadoras que ajudam a rede na questão de definição do preço de compra:

• Central de Negociação: trata-se da implantação de uma central, em que a franqueadora negocia com os fornecedores o preço de venda para a rede, de forma que os franqueados consigam aplicar o mark up recomendado e se manter competitivos no mercado.

Essa é uma prática muito importante uma vez que se utiliza da força da marca e da rede para uma melhor negociação. Traz ganho em escala e melhores margens para o franqueado e melhor preço para o consumidor.

Continua depois da publicidade

• Central de Abastecimento: neste caso a franqueadora instala um centro de distribuição, compra ou importa os produtos e revende para os franqueados. Essa é uma prática que para alguns produtos ou negócios torna-se inviável devido à tributação que incidirá sobre os produtos, podendo inviabilizar a prática de um preço competitivo no ponto de venda.

Em qualquer uma das situações acima existe no mercado a prática do “preço sugerido”. Com isso a rede tem uma flexibilidade para trabalhar o preço final, porém seguindo um limite de menor e de maior preço a ser praticado.

Esse é um tema complexo e que merece toda atenção da franqueadora. Pois, um franqueado não deve praticar na sua unidade preços que estejam desalinhados com o mercado, com a sua estrutura de custos e de resultados projetados. Cada negócio e segmento têm particularidades e critérios que a empresa adota. Não existe padrão, mas deve ser analisado qual o melhor custo da mercadoria vendida e qual o mark up que deve ser utilizado.

Continua depois da publicidade

Apesar de todo esse esforço, pode acontecer da rede ter franqueados com excelente perfil de vendas, mas sem nenhuma afinidade com custos e finanças. Isso pode dificultar o olhar para a estrutura de compras, estoque e precificação e interferir nas vendas. Ou seja, não ser suficiente para gerar resultados positivos.

Lyana Bittencourt é especialista em franchising e sócia e diretora de Marketing e Desenvolvimento do Grupo BITTENCOURT

Tópicos relacionados