Lehman Brothers pede concordata; ações caem 94,25% nesta segunda-feira

Crise de insolvência da história dos Estados Unidos faz mercados globais despencarem; Tesouro decide não intervir

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SÃO PAULO – Sem conseguir levantar capital, o banco de investimentos Lehman Brothers entrou com pedido de falência, sacudindo as principais praças financeiras mundiais nesta segunda-feira (15).

Já cambaleante, o golpe final sobre o Lehman foi desferido pela desistência de seus possíveis compradores – Barclays e Bank of America -, que não conseguiram garantias governamentais suficientes para convencê-los a correr o risco e adquirir o gigantesco passivo da instituição.

Nova postura

Segundo seus últimos dados divulgados, a companhia possuía passivos no valor de US$ 639 bilhões. Ao contrário do que ocorreu com o banco Bear Stearns, as autoridades norte-americanas negaram-se a conceder maiores facilidades para os compradores.

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A via crucis do Lehman nas últimas semanas incluiu diversas negociações malsucedidas com possíveis investidores, como a instituição sul-coreana KDB. Considerada como o maior colapso já enfrentado por uma companhia norte-americana, a concordata ultrapassa os desastres ocorridos com a WorldCom em 2002 e com o Drexel Burnham Larmbert, banco especializado em “junk bonds” que foi à falência em 1990.

Concordata

Em ação próxima ao que ocorre no Brasil com a concordata, a companhia entrará na justiça norte-americana com petição para que possa reorganizar-se financeiramente, com base no capítulo 11 do código de falência norte-americano, o que protegerá seus ativos de uma possível liquidação e dará uma última chance à empresa para recuperar sua solvência.

Deste modo, a companhia anunciou que continuará suas operações no mercado financeiro, assim como continuará a buscar possíveis compradores para sua divisão de asset management.

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De US$ 65,44 a US$ 0,21

Os papéis do banco de investimentos norte-americano, que no início do ano valiam US$ 65,44, fecharam nesta segunda-feira (15) cotados a US$ 0,21.

Somente em relação ao fechamento de sexta-feira, a retração foi de 94,25%.