Com problemas, Lehman Brothers pode demitir mais de mil funcionários

SÃO PAULO – Em meio aos rumores de insolvência e medidas para levantar capital e reduzir a exposição ao mercado hipotecário, o Lehman Brothers deve anunciar um corte de aproximadamente 4% de seu quadro de funcionários, o que corresponde a mais de mil empregos.

Os rumores, veiculados pela imprensa local, indicam que a medida deve ser divulgada pelo banco de investimentos simultaneamente ao balanço do terceiro trimestre, programado para o próximo mês. As demissões seguem a redução da folha de pagamento do banco em cerca de 22% nos últimos 12 meses.

Cabe lembrar que o corte da força de trabalho tem sido uma medida adotada pela maior parte das instituições financeiras dos EUA desde o início da crise do subprime, em meados de 2007. No total, a redução já atingiu mais de 100 mil vagas.

Problemas crescentes

Se o cenário atual não é favorável para nenhuma instituição financeira, para o Lehman Brothers, a situação é um pouco mais complicada. Desde que a Bear Stearns quebrou, a firma tem lidado com especulações de que seria a próxima da lista, provocando dúvidas em relação à sua posição de liquidez.

A preocupação do governo norte-americano em relação aos impactos dos rumores é tão grande que a SEC (Securities and Exchange Comission) está investigando se grandes parceiros do Lehman, como Pimco e SAC Capital, estão reduzindo negócios com a firma.

Porém, as especulações não só apontam uma potencial insolvência, mas também a venda de ativos relativos ao mercado imobiliário e até mesmo cerca de 50% dos ativos do banco – nesse caso para o Citi ou para o banco estatal sul-coreano KDB.

As ações do Lehman subiram mais de 7% na última sessão, em meio às notícias sobre os cortes de empregos e ao otimismo nas bolsas norte-americanas depois dos dados preliminares do PIB (Produto Interno Bruto).