4 balanços, reações à greve da Petrobras, Vale e mais 14 notícias agitam o radar

Confira os principais destaques corporativos desta segunda-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO -A semana inicia movimentada pela temporada de balanços e repercussão da greve de petroleiros que já afeta a Petrobras (PETR3; PETR4) há uma semana. A estatal afirmou que reduziu o impacto da greve na produção diária de petróleo para 115 mil barris na sexta-feira, ante uma perda de 127 mil barris registrada na quinta-feira.

A greve atingiu 54 plataformas da companhia na sexta-feira, além de campos terrestres da Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte. Também as 11 refinarias da empresa foram atingidas, mas a FUP (Federação Única dos Petroleiros) garante que não quer o desabastecimento de combustíveis.

A estatal disse que agendou para esta segunda-feira reuniões com as entidades sindicais que coordenam a paralisação a fim de buscar entendimentos para fechar o Acordo Coletivo de Trabalho 2015. A companhia deverá se reunir com representantes da FUP pela manhã de segunda. À tarde, será a vez da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP).

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Segundo analistas do Itaú BBA, o efeito geral da greve é relativamente pequeno para a empresa, ressaltando ações tomadas pela Petrobras para minimizar o impacto. Para eles, a greve pode reduzir o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) em 2% no quarto trimestre.

Braskem
A Petrobras disse que os dois novos aditivos aos contratos de fornecimento de nafta para a petroquímica Braskem (BRKM5), assinados em outubro, têm valor estimado de R$ 950 milhões. 
Os dois aditivos, segundo comunicado enviado ao mercado, preveem a extensão do prazo de fornecimento de nafta por 45 dias, a partir de 1º de novembro, para as unidades da Braskem em São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul. 

Braskem e Petrobras estão há vários meses negociando um acordo bilionário de longo prazo para o fornecimento de nafta, o que tem forçado as empresas a acertarem seguidos aditivos contratuais válidos por algumas semanas. Na quinta-feira, o presidente da Braskem, Carlos Fadigas, afirmou que as negociações da empresa com a Petrobras não estão seguindo para uma definição de uma fórmula variável, preferência da petroquímica.

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Vale
A Samarco, joint venture entre Vale (VALE3; VALE5) e BHP, teve ratings colocados em observação negativa (“negative watch”) pela Standard & Poor’s, o que significa que o mais provável nas próximas avaliações da agência seja o rebaixamento das notas de crédito da companhia.

A BHP Billiton informou que está revisando sua meta de produção de minério de ferro para o ano fiscal de 2016 após o desastre provocado pelo rompimento de barragens da Samarco em Mariana (MG), que analistas descreveram como um duro golpe para a maior mineradora do mundo. O Ministério Público de Minas Gerais quer a suspensão da licença da Samarco. 

Ao menos duas pessoas morreram e pelo menos 28 estão desaparecidas desde que o rompimento das barragens da Samarco provocou uma enxurrada de água e lama com restos de minerais, alagando áreas a até 100 quilômetros de distância do ponto de rompimento.

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A parte da BHP representou cerca de 6% de sua produção total de minério no ano até o fim de junho de 2015 e contribuiu com cerca de 3% do lucro principal antes de juros e impostos, embora analistas afirmem que o possível custo do desastre seria mais significativo para a companhia.

Gafisa
Entre a temporada de balanços, a incorporadora Gafisa (GFSA3) teve lucro líquido de R$ 13,5 milhões no terceiro trimestre, revertendo o prejuízo de R$ 9,9 milhões no mesmo período um ano antes, informou a empresa nesta sexta-feira. A média das estimativas de analistas era de lucro de R$ 12,3 milhões. 

A unidade Gafisa, voltada para os segmentos de média e alta renda, teve lucro líquido de R$ 1,7 milhão, enquanto Tenda (segmento econômico) foi responsável por um lucro de R$ 11,8 milhões.

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Para o BTG Pactual, o resultado veio em linha com o esperado, apesar da receita líquida acima do estimado (R$ 624 milhões, 7% acima do esperado) e margem bruta mais forte (crescimento de 36%, 2 p.p. acima do esperado). 

Tractebel
A geradora Tractebel Energia (TBLE3) reportou um lucro líquido de R$ 347,6 milhões no terceiro trimestre, com queda de 35,4% na comparação anual, principalmente devido a uma mudança na estratégia de alocação da eletricidade. O Ebitda da companhia, controlada pela Engie (ex-GDF Suez), somou R$ 771,7 milhões no terceiro trimestre, com retração de 24% ante o mesmo período do ano passado.

Segundo o BTG Pactual, o resultado veio muito forte e acima das expectativas, ajudada pela estratégia de antecipar a compra da energia livre de Jirau de 2016 para 2015, reduzindo o custo GSF em 2015 e reduzindo a exposição à energia livre em 2016, o que dá uma indicação de que eles também esperam queda de preço no ano que vem. 

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Alpargatas
A Alpargatas (ALPA4) apresentou no terceiro trimestre do ano um lucro líquido de R$ 79,3 milhões, resultado 42% acima do valor registrado no mesmo período do ano passado. O lucro também avançou em relação ao segundo trimestre deste ano, quando a empresa obteve resultado líquido positivo de R$ 46 milhões.  

Para o Bradesco BBI, a melhora em volumes e preços conduziu resultados positivos no Brasil, enquanto as operações internacionais continuam a mostrar crescimento consistente. 

Anima
A Anima (ANIM3) registrou receita líquida de R$ 209,4 milhões no terceiro trimestre, praticamente em linha com a estimativa dos analistas consultados pela Bloomberg, de R$ 210 milhões. 

Para o BTG Pactual, o resultado veio bem fraco, abaixo do esperado, com ticket médio líquido mais baixo (10% abaixo do esperado e, para surpresa, reflexo de um nível de desconto maior que o estimado), levando a receita de R$ 210 milhões no período, crescimento de 3% na comparação anual e 7% abaixo do que o banco projetava.

A provisão com devedores duvidosos também foi negativa, 2,3 pontos percentuais pior do que o esperado, em parte impactada por mudanças de critério de contabilidade da Universidade São Judas Tadeu. Consequentemente, o Ebtida de R$ 45,7 milhões (queda de 17,5% na comparação anual) veio 10 abaixo do projetado.

“A ação da Anima subiu quase 30% nos últimos 45 dias e pode sofrer hoje por conta de um resultado fraco”, comentaram os analistas do BTG.

Embraer
O Líbano confirmou a compra de 6 aviões A-29 Super Tucano. A companhia prevê demanda por 220 jatos pelo Oriente Médio até 2034. Segundo informações do Wall Street Journal, a companhia negocia jatos regionais com aéreas dos Estados Unidos. 

Segundo o BTG Pactual, a notícia é marginalmente positiva para a companhia, lembrando que a compra do Líbano representa somente 1% da carteira de pedidos firmes a entregar (backlog) da aérea. Juntamente a isso, eles mencionam o momento positivo com a possibilidade de venda de jatos de mais de 100 assentos para companhias americanas. Isso reforça o momento positivo do 4° trimestre de 2015 e para 2016, comentaram os analistas.

Frigoríficos
Segundo o jornal Al-Eqtisadiah, a 
Arábia Saudita voltará a importar carne do Brasil. A notícia pode impactar as ações da Minerva (BEEF3), JBS (JBSS3) e Marfrig (MRFG3).

Light 
A Light (LIGT3) conseguiu a aprovação de um aumento no limite de alavancagem junto aos titulares de debêntures emitidas por suas subsidiárias. O novo limite da relação dívida líquida/Ebitda, já válido para o fim do 3T15, passou de 3,75 vezes para 4,5 vezes. O acordo prevê também uma diminuição gradual da alavancagem até 2018.
 

A proposta foi aprovada pelos debenturistas da 2ª emissão da Light Energia, e da 3ª e da 9ª emissão da Light Serviços de Eletricidade. A relação dívida líquida/Ebitda da Light passou de 3,74 vezes em março de 2015 para 4,54 vezes em junho de 2015. No entanto, o descumprimento do covenant só se configura em caso de ultrapassagem dos limites estabelecidos para os indicadores por 2 trimestres consecutivos ou 4 intercalados.

MRV Engenharia
O Bradesco elevou a recomendação das ações da MRV Engenharia (MRVE3) para equivalente a compra (“outperform) 

Gol
Gol (GOLL4) deve cortar orçamento para 2016 em R$ 250 milhões, segundo matéria do Estado. 

Estatais
Segundo o Valor, o 
BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e estatais Eletrobras (ELET3; ELET6) e Petrobras zeram dividendos ao Tesouro este ano. 

BM&FBovespa e Cetip
Para a Moody’s, a fusão entre 
BM&FBovespa (BVMF3) e Cetip (CTIP3) seria positiva. 

Bradesco 
A Bradesco Seguros, do Bradesco (BBDC4), pode vender 
área de grande risco para a Swiss Re, segundo O Globo. 

Rossi
Depois de 15 anos longe, José Paim tenta salvar a endividada Rossi (RSID3), que só não está mais barata na Bolsa do que Viver, que há um ano vem liquidando suas operações e se tornando quase invisível no mercado, segundo uma matéria do Estado

Oi
A Oi (OIBR4) busca mudança regulatória para tornar possível fusão com a TIM (TIMP3), segundo matéria da Folha de S. Paulo. 

General Shopping
A agência de classificação de risco Moody’s rebaixou a nota da General Shopping (GSHP3) de B2 para Caa1. A perspectiva foi revisada de negativa para estável. Segundo a Moody’s, o rebaixamento reflete o elevado risco de calote por parte da companhia nos próximos 12 a 24 meses.

A Moody’s afirmou que a nova classificação também reflete a possibilidade de que a companhia possa vender mais ativos para obter recursos adicionais com garantia para financiar qualquer recompra das notas seniores sem garantia, que estão com altos descontos.

“A recente oferta de recompra combinada com a decisão da empresa de adiar o pagamento dos juros de suas notas subordinadas perpétuas faz parte do plano estratégico da administração para lidar com a posição de liquidez apertada e o enfraquecimento das métricas de crédito”, afirma a agência, em relatório. Em abril, a General Shopping vendeu 100% do Shopping Light, por meio de sua controlada Levian Participações. Em outubro, vendeu uma fatia de 10% do Internacional Shopping de Guarulhos.

Tereos
A Tereos (TERI3) aprovou grupamento de 50 ações para uma. 

Santos Brasil
A Santos Brasil (STBP11) informou que uma liminar concedida pelo STJ suspendeu o aditivo de prorrogação do contrato de arrendamento do Tecon Santos, fechado pela companhia junto à Secretaria dos Portos. O novo acordo estende a administração do terminal pela Santos Brasil até 28 de novembro de 2047. 

A liminar é resultado de um mandado de segurança pedido pela Localfrio, que também atua no segmento de serviços portuários, no STJ. A Santos Brasil afirma que apresentou suas informações “acerca do descabimento das razões apresentadas” pela Localfrio. A companhia afirma ainda que adotará todas as providências para resguardar seus direitos. O Tecon Santos é o maior terminal de contêineres da América Latina, e fica na margem esquerda do Porto de Santos.

(Com Reuters e Agência Estado)