Société Générale vê em indicadores recentes sinais de fim da recessão nos EUA

Contudo, tom otimista sugerido pelo banco francês perde força quando se pensa na demora para a economia de fato se recuperar

Thiago Gomes Amorim

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SÃO PAULO – A agenda econômica dos EUA trouxe na última quinta-feira (18) o resultado de três indicadores bastante comentados pelo mercado: Leading Indicators, Philadelphia Fed Index e Initial Claims. Dos três, dois vieram melhores que o esperado, ajudando Wall Street a se recuperar das perdas ocorridas na semana.

O primeiro, referente a maio, compilou uma série de dados já divulgados e encerrou o mês a taxa de 1,2%, enquanto o mercado previa 1%. O segundo apontou -2,2 pontos em junho, recuo menor que o projetado (-17 pontos). Por fim, o número de pedidos de auxílio desemprego foi bastante próximo às estimativas, indicando 608 mil declarações, enquanto 604 mil eram esperadas.

Até aí sem grandes novidades. O Leading Indicators e o índice do Fed de Filadélfia animaram os investidores, impulsionando os negócios na renda variável internacional. Porém, é possível enxergar algo além dos números, acreditando que eles são indícios de que a recessão dos EUA está perto do fim.

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Final feliz?

“Os dados geralmente fornecem muita informação misturada, sobretudo durante ciclos de quedas, mas na última quinta-feira todos os três indicadores norte-americanos foram unânimes ao sugerir que a recessão está acabando”, defendeu a equipe de especialistas do Société Générale.

De acordo com o banco francês, o desempenho do Leading Indicators merece atenção por subir pelo segundo mês consecutivo, depois da alta de 1,2% em abril. “Na maioria das vezes, a publicação desse indicador não é tão relevante, pois a maioria dos dados já é conhecida. Mas quando temos índices sugerindo uma mensagem conflitante, ele fornece uma ideia mais precisa do que está realmente acontecendo”.

Nesse sentido, os dois ganhos consecutivos oferecem um forte sinal de que a atividade econômica pode já ter atingido o pior da sua performance há alguns meses, embarcando agora em uma trajetória positiva e de recuperação. Historicamente, as recessões nos EUA acabam dois meses depois do Leading Indicators atingir sua mínima, o que reforça o argumento do banco.

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“O número de pedidos de auxílio desemprego subiu um pouco nessa semana, mas a trajetória também é de queda. Se isso for confirmado nos próximos resultados, será possível constatar o começo de uma melhora no mercado de trabalho”, observou o Société Générale. “O Philadelphia Fed Index também é bem visto, ao trazer evidências que o setor manufatureiro dá sinais de reação”.

Tempo dirá a verdade

O tom otimista sugerido pelo banco francês, entretanto, perde força quando se fala na demora para a economia de fato se recuperar, mesmo com o fim da recessão.

“Na crise de 2001, o produto parou de recuar em novembro, mas as coisas só começaram a melhorar depois de 2003. Portanto, o mais sensato é esperar fragilidade, mesmo com números um pouco melhores”, finalizou o time de especialistas.

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