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SÃO PAULO – A agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou os ratings do Banco BTG Pactual (BBTG11) de ‘BB/B’ para ‘BB-/B’. Em dois dias, esta é a segunda agência que corta a nota da companhia, sendo a primeira a Moody’s, que retirou o grau de investimento do BTG. Os ratings do banco foram rebaixados em dois degraus, de Baa3 para Ba2 – segunda nota dentro do grau especulativo.
O corte ocorre após a posição de liquidez do banco passar a ser considerada “fraca” pela agência. Antes, era avaliada como “adequada”. “A revisão é baseada em nossa análise da liquidez do banco desde a prisão de seu ex-CEO e presidente. Em nossa opinião, o banco tem uma defasagem de liquidez substancial para cumprir suas obrigações financeiras nos próximos 60 dias, a menos que o BTG seja capaz de vender ativos ou acessar linhas de créditos com os reguladores financeiros brasileiros”, diz a S&P em nota.
Essa defasagem de liquidez, segundo a S&P, está baseada em informações recebidas pela agência sobre os recentes saques nos depósitos do banco e entradas de recursos de “diversas outras fontes”. A incerteza sobre a captação de recursos, seja por venda de carteiras de crédito e de ativos ou outros meios, prejudica a posição de caixa do banco.
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Esta quarta-feira foi bastante agitada para o banco, que começou o dia com suas ações suspensas na Bolsa por conta da informação de que André Esteves deixou de ser o controlador da empresa. Com abertura dos papéis apenas às 14h35 (horário de Brasília), os ativos registram queda de pouco mais de 1% nesta sessão.
Já rebaixado por duas instituições, o BTG Pactual está sendo monitorado diariamente pela Fitch, que em uma conferência para falar do setor bancário brasileiro afirmou que desde a prisão de Esteves está atenta a uma possível onda de saques no banco e em caso positivo, qual o poder da instituição em proteger seus negócios. A agência mantém uma observação negativa para o BTG, o que representa um risco de corte de rating nos próximos 6 meses.