Analistas criticam elevado valor pago pela Vale para aumentar fatia na CSA

Para especialistas, mineradora fez mau uso de seus recursos; mesmo assim, alguns pontos escapam das críticas

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SÃO PAULO – A assinatura do memorando de entendimento com a alemã ThyssenKrupp por parte da Vale (VALE3, VALE5) é vista como negativa por analistas.

Através do acordo, a companhia brasileira aumenta de 10% para 26,87% a participação no complexo siderúrgico CSA, através do aporte de € 965 milhões. Segundo o BoA Merrill Lynch, é muito dinheiro e o investimento não é essencial. Ainda assim, o acordo não terá impacto substancial no preço das ações e o investimento é estratégico.

Da mesma forma, os analistas do JP Morgan não consideram o investimento como fundamental e citam que os valuations parecem caros. “Nós acreditamos que os preços das ações mostrarão uma reação negativa diante deste anúncio”, avaliam eles.

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Uma fatia na CSA, segundo o BoA Merrill Lynch, pode evitar atrasos nas operações e deve gerar uma demanda suplementar de minério de ferro. “Entretanto, isso, na nossa visão, não justifica o investimento adicional anunciado”.

Investimento caro

A Itaú Corretora afirma que a antiga participação de 10% já garantia à Vale o suprimento do minério de ferro da CSA. E analisa que é um investimento caro, comparado com o orçamento inicial do complexo siderúrgico de US$ 800 por tonelada.

O montante pago, de acordo com a Ativa, traz implícito o orçamento de US$ 8,1 bilhões (US$ 1.624 por tonelada), “valor que consideramos elevado, visto que os últimos projetos siderúrgicos estavam situados no intervalo de US$ 1.100 a US$ 1.300 por tonelada”, compara a corretora.

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Mau uso dos recursos

O BoA Merrill Lynch avalia que investir em uma pequena fatia de um projeto siderúrgico, especialmente em seu início, diminui os riscos. Contudo, com a decisão, a Vale não fará “o melhor uso de seus recursos”.

Igualmente, os analistas da Ativa dizem que a brasileira faz “mau uso de seus recursos”, pois a usina já está acabando de ser construída e “seria improvável que a Thyssen parasse o empreendimento por falta de recursos”. Para a corretora, a estratégia da Vale era de desinvestir sua participação minoritária na siderúrgica, não o comtrário.

Recomendação

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BoA Merrill Lynch mantém a recomendação de “buy” (compra) para os papéis da Vale, ao passo que Itaú os reitera em “outperform” (acima da média). Por sua vez, os analistas do JPMorgan continuam indicando “neutral” (neutro) para as ações da companhia brasileira.

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