Além do Bradesco: Gerdau também é alvo de ação coletiva nos EUA por Zelotes

Bradesco foi processado na segunda-feira; investidores alegam ter sofrido perdas com escândalo de corrupção revelado pela Operação Zelotes

Paula Barra

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SÃO PAULO – Além do Bradesco (BBDC4), que foi processado na segunda-feira (7), a Gerdau (GGBR4) e seus executivos também foram alvo de ação coletiva nos Estados Unidos após investidores americanos alegarem ter sofrido perdas com o escândalo de corrupção revelado pela Operação Zelotes. As informações são do jornal O Globo. 

O processo foi aberto por dois investidores individuais, Donald e Mary Boland, que alegam ter sofrido perdas em seus investimentos em ADRs (American Depositary Receipts) da Gerdau negociados na Bolsa de Nova York, após escândalo de corrupção revelado pela Zelotes. A siderúrgica é acusada de ter tentado sonegar cerca de R$ 1,5 bilhão por meio de um esquema de corrupção no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), ligado ao Ministério da Fazenda.

Na queixa contra a companhia, os investidores questionam que “os acusados fizeram declarações falsas ou enganosas, assim como omitiram fatos adversos importantes sobre os negócios, as operações e os prospectos da companhia”. Eles apontam ainda que os acusados não informaram que: a empresa estava envolvida em um esquema de pagamento de propina no Carf; que a Gerdau sonegou cerca de US$ 429 milhões em impostos; e que o diretor-executivo da Gerdau, André Bier Gerdau Johannpeter, e outros diretores e funcionários da companhia estavam envolvidos com corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. 

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O processo abrange o período de 2 de junho de 2011, quando a Gerdau publicou o formulário de referência 20-F de 2010 na SEC (Securities and Exchange Commision, a CVM dos EUA), até 15 de maio de 2016. Os investidores, no entanto, adquiriram suas ADRs entre 15 de abril e 11 de maio deste ano. A queixa foi apresentada à Corte de Nova York em 26 de maio.