Possível dia decisivo da Petrobras no TCU, as small caps preferidas do Bradesco BBI, balanços e mais destaques

Confira os destaques do noticiário corporativo desta quarta-feira (15)

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Se o noticiário político e econômico é movimentado com a lista de Janot e a decisão do Fomc, o corporativo não fica atrás, com três balanços, a lista de small caps do Bradesco BBI, produção de petróleo da Petrobras e uma possível decisão no TCU sobre venda de ativos da estatal, entre outros. Confira o que agitará esta quarta-feira (15) na Bolsa:

Small caps

Em relatório, o Bradesco BBI destacou uma lista com as dez small caps preferidas do banco, destacando que o índice de small caps deve se beneficiar da queda da taxa de juros pelo Copom e, consequentemente, pelas melhores perspectivas de crescimento do Brasil. De acordo com os estrategistas do banco, é hora de comprar small caps, que devem se beneficiar mais do cenário do que as large caps. 

Na lista das dez melhores ideias, estão as ações que têm como base os seguintes critérios: ações expostas ao crescimento, alternativas a títulos, empresas altamente alavancadas, ações expostas a viradas, privatizações ou venda de ativos. A lista contém: CESP (CESP6), Copasa (CSMG3), Duratex (DTEX3), Energisa (ENGI11), Gol (GOLL4), Iguatemi (IGTA3), a Iochpe-Maxion (MYPK3), Magazine Luiza (MGLU3), Metalurgica Gerdau (GOAU4) e Sanepar (SAPR4).

Petrobras (PETR3;PETR4)

A produção brasileira nos campos de petróleo e gás natural do pré-sal operados pela Petrobras atingiu, em fevereiro deste ano, 1,53 milhão de barris de óleo equivalente (boed). O valor representa aumento de 41% em relação a produção de fevereiro de 2016. A informação foi divulgada pela estatal no fim da tarde desta terça-feira (14).

De acordo com a Petrobras, em comparação a janeiro deste ano, esse volume registrou uma redução de 3% por causa da parada programada do FPSO Cidade de Paraty, no campo de Lula Nordeste, e ao fim da fase de testes do SPA, no campo de Búzios.

Em fevereiro, a produção total de petróleo e gás natural da companhia foi de 2,82 milhões de boed, sendo 2,703 milhões boed produzidos no Brasil e 113 mil boed no exterior. “A produção média de petróleo no país foi de 2,20 milhões de barris por dia (bpd), volume 1% inferior ao de janeiro. Esse resultado se deve, principalmente, à parada programada do FPSO Cidade de Paraty, localizado no campo de Lula Nordeste, no pré-sal da Bacia de Santos e ao fim da fase de testes do Sistema de Produção Antecipada (SPA), que operou no campo de Búzios, sob regime da Cessão Onerosa”, esclareceu a empresa por meio de nota.

No exterior, em fevereiro, a produção de petróleo foi de 63,5 mil bpd, volume 8% inferior ao mês anterior. A produção de gás natural chegou a 8,4 milhões de m³/d, 3% abaixo do volume produzido em janeiro de 2017. Esse desempenho resultou, principalmente, da parada operacional dos campos de Lucius e Hadrian South, nos EUA, em função da limitação de escoamento da produção, que é realizada através de facilidades de terceiros.

O Estadão, por sua vez, informa que a Petrobras negocia com um consórcio de empresas chinesas, liderado pela estatal Sinopec, a venda da fábrica de fertilizantes nitrogenados que começou a construir no município de Três Lagoas, em Mato Grosso do Sul. Na negociação, o consórcio se comprometeu a assumir dívidas que somam R$ 38 milhões com fornecedores. A Sinopec, junto com a Galvão Engenharia, respondia pela construção e montagem da fábrica, interrompidas em dezembro de 2014 com 82% das obras concluídas. A Petrobras rescindiu o contrato com as construtoras com o argumento de que teriam descumprido as condições do acordo.

A venda da fábrica, porém, pode esbarrar numa decisão do Tribunal de Contas da União (TCU). Nesta quarta-feira, 15, o órgão deve julgar se o plano de venda de ativos da estatal terá de voltar à estaca zero. 

Além disso, segundo a notícia do Broadcast, o ministro José Múcio não pretende liberar a venda do controle acionário da BR Distribuidora a partir do estágio em que se encontra. Outros integrantes da corte, no entanto, estão inclinados a abrir exceção também neste caso. A decisão final do TCU dependerá do entendimento da maioria presente em plenário. 

Por fim, a inflação em queda aumenta pressão por elevação de imposto na gasolina. O processo mais rápido de queda da inflação aumentou a pressão do setor sucroenergético para o governo elevar o PIS e a Cofins da gasolina. O PIS/Cofins incidente da gasolina é hoje de R$ 0,38 por litro e o do etanol é R$ 0,12. O tributo do etanol foi zerado entre abril de 2013 e dezembro de 2016 e a primeira pressão do setor produtivo de etanol e açúcar junto ao governo ocorreu no final do ano passado. Segundo o Broadcast a demanda já chegou ao governo, e vai em linha com as declarações recentes de Meirelles, que não descartou elevação de impostos para cumprir a meta.

BTG Pactual (BBTG11)

O EFG International se prepara para uma batalha com o grupo brasileiro BTG Pactual em relação ao valor do BSI, com o banco suíço agora esperando reduzir o preço de compra em mais de 25%. Nesta quarta-feira, o EFG International comunicou ajustes pós-fechamento no valor de aquisição do BSI de cerca de 277,5 milhões de francos suíços (275,3 milhões de dólares).

Em comunicado divulgado nesta manhã, contudo, o BTG refuta o montante e informa que, após levar em consideração as opiniões de seus assessores, o preço deveria ser ajustado em 95,7 milhões de francos para cima. “Se as partes não chegarem a um acordo durante a fase de negociações, as diferenças serão resolvidas oportunamente por um especialista independente, de acordo com os documentos da alienação do BSI”, esclareceu o BTG Pactual na nota.

Ao comprar o BSI do BTG no ano passado, o EFG quase dobrou de tamanho, tornando-se um dos 10 maiores bancos privados da Suíça, atrás de rivais como UBS, Credit Suisse e Julius Baer. Contudo, o acordo foi complicado por problemas legais do BSI incluindo um escândalo envolvendo o fundo do governo malaio 1Malaysia Development Bhd (1MDB), que afugentou muitos clientes.

Com isso, o EFG assumiu menos ativos que o esperado quando o acordo foi assinado. Os ativos administrados pelo banco caíram para 144,5 bilhões de francos suíços ao fim de 2016, ante total estimado em cerca de 170 bilhões de francos. Em novembro, o EFG reduziu o valor de compra do BSI a 1,06 bilhão de francos, de 1,3 bilhão de francos na data de anúncio do acordo.

Ao divulgar os resultados do ano, o banco suíço informou nesta quarta-feira que agora espera que o preço seja de 783,9 milhões de francos. O banco alertou que o ajuste estava “sujeito à objeção esperada do BTG e, se necessário, à verificação por parte de um especialista independente”.

A revisão do valor do acordo ajudou o EFG a reportar lucro líquido de 339,3 milhões de francos em 2016, bem acima dos 13,8 milhões de francos apontados em pesquisa Reuters com quatro analistas. O BSI sofreu uma fuga líquida de capital de 4,9 bilhões de francos em novembro e dezembro do ano passado, o que resultou em saques totais líquidos de 5,4 bilhões de francos para o EFG no ano, informou o banco.

“Na nossa perspectiva, a saída de capital do BSI de 4,9 bilhões de francos em apenas dois meses de 2016 é surpreendentemente elevada”, disse Tomasz Grzelak, analista da Helvea, atribuindo recomendação de “manutenção” para o papel. (1 dólar = 1,008 francos suíços).

Prumo (PRML3)

A controladora EIG informou que o “lançamento da OPA da Prumo não depende da aprovação da OPA por Itaú e/ou Mubadala e a permanência destes como acionistas da companhia”, segundo comunicado.

A oferta pública tem objetivo de comprar ações em circulação para cancelamento de registro da categoria A e saída do segmento Novo Mercado da BM&FBovespa. Em janeiro, EIG havia condicionado OPA à permanência de Itaú e Mubadala. A EIG “está em tratativas com Itaú e Mubadala e tem a intenção de continuar com a Oferta Pública ao preço de R$ 10,51 por ação, caso o Itaú e Mubadala aceitem aprovar o cancelamento de registro da companhia; e se comprometer a continuar como acionistas da companhia após a Oferta Pública (não alienando suas ações no
leilão)”. 

Eternit (ETER3)

A Eternit adiou a divulgação do balanço do quarto trimestre de 15 para 17 de março. A teleconferência sobre resultados do quarto trimestre também foi adiada de 16 para 20 de março, segundo comunicado da companhia. 

Vale ressaltar que na segunda-feira a companhia informou que foi notificada na tarde de sexta-feira (10) de uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho contra a companhia. O processo se encontra em curso na 1ª. Vara do Trabalho de Colombo, Estado do Paraná. De acordo com a Eternit, nesta ação existem diversos pedidos, entre os quais a condenação da empresa ao pagamento de R$ 85 milhões a título de danos morais coletivos e a substituição da matéria prima dentro do prazo de noventa dias.

Guararapes (GUAR4)

A Guararapes, controladora da Riachuelo, registrou um lucro líquido de R$ 252,4 milhões no quarto trimestre de 2016, alta de 59,1% ante o mesmo intervalo de 2015. 

A receita líquida subiu 5,1% no quarto trimestre, para R$ 1,85 bilhão. O Ebitda, por sua vez, teve alta de 36,8%, a R$ 383,8 milhões. 

De acordo com o Brasil Plural, os resultados mostraram que a companhia tem feito um bom trabalho em meio a um cenário macroeconômico decisivo, com consistência nas operações de varejo. 

Anima (ANIM3)

A Anima Educação teve prejuízo líquido de R$ 36,4 milhões nos últimos três meses de 2016, mais de seis vezes superior ao prejuízo líquido no quarto trimestre de 2015, de R$ 5,6 milhões. Já a receita foi de R$ 258,5 milhões, alta de 28,6% ante o mesmo trimestre de 2015. O Ebitda entrou em território negativo de R$ 11,7 milhões, ante resultado positivo de R$ 4,6 milhões no quarto trimestre de 2015.

De acordo com o BTG Pactual, o resultado foi fraco, abaixo do esperado. A receita veio melhor do que a expectativa por conta de uma evasão mais controlada (3.6% da base renovável, tínhamos 4.3%) e um ticket médio líquido maior. Porém, apesar de um melhor controle marginal de custos (principalmente pessoal), Porém, a despesa geral e administrativa veio pior, com destaque negativo para PDD (6.7% da receita) e despesas corporativas (mesmo ajustadas pela reclassificação contábil).

“Apesar das iniciativas internas da companhia provavelmente começarem a trazer impactos positivos aos números ao longo de 2017, mantemos nossa visão cautelosa, principalmente enquanto não tivermos uma visão mais clara da dinâmica de captação do primeiro semestre. Acreditamos que os resultados de 2017 serão melhores, mas positivamente impactados por uma base deprimida de lucro”. 

Mills (MILS3)

A Mills teve um prejuízo líquido de R$ 38,5 milhões no quarto trimestre de 2016, o  queda de 33,5% em relação ao resultado negativo de R$ 57,9 milhões no mesmo período de 2015. A receita da empresa caiu 41,3%, passando de R$ 127,9 milhões para R$ 75 milhões. 

Segundo o BTG, os resultados foram muito fracos, abaixo das expectativas mais pessimistas. “Esperamos que os resultados continuem fracos nos próximos trimestres”, afirmam os analistas. 

Novo IPO?

A Cruzeiro do Sul Educacional, sexta maior empresa de educação privada do país, poderá optar por uma oferta pública inicial de ações (IPO) para financiar crescimento e aquisições, afirmou o diretor de planejamento da companhia, Fábio Figueiredo. Potenciais alvos de aquisição incluem ativos que as rivais maiores Kroton (KROT3) e Estácio Participações (ESTC3)  poderão ser forçadas a vender para terem sua fusão aprovada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), disse Figueiredo.

O executivo comentou que as operações UniSEB, Uniderp e Unic, de Kroton e Estácio, podem ser alvos interessantes para aquisição. O Cade tem até julho para completar a análise da fusão das duas empresas. A fusão Kroton-Estácio criará a maior empresa de educação superior privada do mundo, com 10 vezes mais estudantes que o rival mais próximo com ação em bolsa.

“Um IPO não seria um fim em si, mas um meio para acessar capital para continuarmos com nossa expansão”, disse Figueiredo, acrescentando que a Cruzeiro do Sul “é uma compradora”.

A Cruzeiro do Sul vendeu uma participação de 37 por cento para a britânica Actis por 100 milhões de dólares em 2012, mas ainda é controlada pelas duas famílias fundadoras da empresa criada quase meio século atrás. A maior aquisição da empresa até agora foi a Unicid, em São Paulo, que ocorreu pouco após a entrada dos recursos da Actis.

Na sexta-feira, a Actis vai concluir a venda de sua participação na Cruzeiro do Sul para o fundo soberano de Cingapura GIC, disse Figueiredo, evitando comentar o valor do negócio. Representantes do GIC em São Paulo não comentaram o assunto.

Magnesita (MAGG3)

A fabricante de produtos refratários usados em indústrias como a de produção de aço Magnesita  anunciou nesta terça-feira programa para recompra de até 10 por cento de suas ações em circulação no mercado.

A operação, com prazo de 18 meses, tem como alvo até 2.629.998 de ações ordinárias. O papel encerrou nesta terça-feira a 25,25 reais.

“O objetivo da companhia na operação é maximizar a geração de valor para o acionista por meio de uma administração eficiente da estrutura de capital”, afirmou a empresa em comunicado ao mercado.

No mesmo comunicado, a empresa informou o cancelamento de 1.736.900 ações em tesouraria, volume gerado em programa de recompra anterior.

Embraer (EMBR3)
A Embraer, terceira maior fabricante de aviões comerciais do mundo, anunciou na terça-feira que vai estabelecer equipes no Vale do Silício e em Boston, nos Estados Unidos, para colaboração com empresas de tecnologia iniciantes, investidores e acadêmicos.

A companhia brasileira também está reforçando operações em Melbourne, Flórida, onde produz jatos executivos e que vai agora contribuir diretamente com departamentos de engenharia no Brasil.

Antonio Campello, diretor de inovação da Embraer, citou tecnologias como inteligência artificial, robótica, realidade virtual e veículos autônomos ao citar o foco do programa que tem como objetivo “transformar o transporte aéreo global”.

A Embraer não é a primeira fabricante de aviões a buscar novas ideias e talentos no centro de tecnologia dos EUA.

Em 2015, a Airbus contratou um ex-executivo do Google para dirigir um centro de inovação no Vale do Silício e criou um fundo de 150 milhões de dólares.

Os escritórios no Vale do Silício e em Boston também darão à Embraer acesso melhor a pesquisadores e instituições de pesquisa de universidades como Stanford, Harvard e Massachusetts Institute of Technology, as três universidades mais inovadoras do mundo segundo um ranking global compilado pela Reuters.

 

(Com Reuters, Bloomberg, Agência Brasil e Agência Estado)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.