Volatilidade com hora marcada: 4 ações podem sofrer fortes turbulências na reta final deste pregão

Tremor pode ser provocado por conta da revisão da carteira semestral do MSCI Global, que traz exclusão das units da AES Tietê e inclusão de Taesa; entre as ações que perdem peso, destaque para BRF e SulAmérica

Paula Barra

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SÃO PAULO – Quatro ações podem sofrer fortes turbulências no leilão de fechamento da B3 nesta quarta-feira (31). Isso porque o MSCI Global – um dos principais índices de referência do mundo e que é acompanhado por diversos fundos de investimentos – realizará hoje o rebalanceamento de sua carteira semestral e, embora a revisão final tenha sido divulgada na noite do dia 15 de maio, os fundos historicamente se mexem no leilão de fechamento do pregão que antecede a virada da carteira. O “novo” MSCI Global passa a vigorar no dia 1° de junho. 

Os papéis que devem sofrer os maiores tremores nesta sessão são aqueles que vão deixar/entrar na carteira. No caso, saem as units da AES Tietê (TIET11) e a entram os ativos da Taesa (TAEE11). Já do lado daqueles que perdem/ganham peso no índice, a maior pressão será sentida na BRF (BRFS3), cuja redução de participação representa 2,7 dias de negociação da ação – ou venda de 8,27 milhões de papéis, segundo cálculos do Credit Suisse. A SulAmérica (SULA11) aparece na sequência, com redução de 1,44 milhão de units da empresa do portfólio, representativas de 1,8 dia de negociação. 

Apesar de normalmente as mudança no MSCI Global serem acompanhadas por uma forte onda compradora (no caso de entrada de uma nova ação na carteira ou aumento de participação de uma ação já existente) ou vendedora (no caso de saída de um papel ou diminuição de participação), o estouro da “delação bomba” de Joesley Batista, um dia após a divulgação do MSCI, provocou algumas distorções nessas movimentações. 

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Do fechamento do dia 15 de maio até agora, o desempenho desses papéis foi o seguinte: AES Tietê (+1,7%); Taesa (-0,07%); BRF (-1,84%); e SulAmérica (-3,23%). Vale menção que, embora não tenham acompanhado à risca a revisão do MSCI nos últimos pregões, as units da AES Tietê BRF e SulAmérica caíram 2,91%, 3,30% e 2,08% no pregão pós-divulgação da nova carteira (16/05), respectivamente; enquanto as units da Taesa subiram 1,75%.

Segundo o gestor Antônio Bueno, da Ujay Capital, as units da AES Tietê mostraram um forte aumento do volume financeiro diário nos últimos dias, indicando que uma parte desse fluxo vendedor já pode ter passado pelo papel. No dia 16 de maio, por exemplo, o giro financeiro movimentado com o papel foi de R$ 68,5 milhões, contra média diária de R$ 28 milhões dos últimos 21 pregões. Contudo, no caso de Taesa, houve pouca alteração em relação à média do volume financeiro movimentado nos últimos pregões, sendo mais difícil estimar em que magnitude o mercado já antecipou o fluxo de compra de fundos passivos que virá para o leilão de fechamento. 

Veja abaixo as mudanças do MSCI entre as ações brasileiras:

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Nome Ticker Mudanças 
Em Valor Financeiro (US$ milhões)*  Em Número de Ações (milhões) Em Dias de trade
AES Tietê TIET11 – US$ 38,14 – 8,85 7,3
Taesa TAEE11 + US$ 70,28 – 9,17 5,4
BRF  BRFS3 – US$ 119,53 – 8,27 2,7
Sul América SULA11 – US$ 8,39 – 1,44 1,9
Cosan CSAN3 + US$ 23,92 + 2,00 1,8
Comgás CGAS5 + US$ 1,80 + 0,12 1,0
Alliar AALR3 + US$ 1,15 + 0,19 0,9
Klabin KLBN11 + US$ 7,75 + 1,54 0,6
Instituto Hermes Pardini PARD3 + US$ 2,07 + 0,25 0,6
Braskem BRKM5 + US$ 8,75 + 0,81 0,6
JBS JBSS3 + US$ 17,35 + 4,95 0,5
Even EVEN3 – US$ 0,67 – 0,47 0,5
Movida MOVI3 + US$ 1,45 + 0,41 0,3
Fonte: Credit Suisse
*Valor financeiro estimado em relação ao fechamento do dia 15 de maio.