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SÃO PAULO – O risco de um colapso nuclear da Coreia do Norte não pode ser ignorado, de acordo com uma nota recente publicada no 38North, site especializado no país vinculado à Universidade Johns Hopkins dos Estados Unidos. As informações são da CNBC.
De acordo com o 38 North, em artigo chamado “Segurança dos reatores nucleares da Coreia do Norte: a ameaça que ninguém está falando”, as dúvidas de longa data sobre a segurança nuclear no país ressurgiram em julho, quando foi divulgado um vídeo do líder norte-coreano Kim Jong Un fumando um cigarro ao lado de um míssil balístico intercontinental Hwasong-14. “A imprudência de Kim é certamente notável, e isso sugere uma possibilidade subestimada e potencialmente devastadora: a ameaça de um acidente nuclear na Coreia do Norte”, apontou o site.
Soma-se a isso a fala de setembro de pesquisadores chineses que apontaram que a montanha em que os testes nucleares norte-coreanos são lançados estava em risco de implodir. No mês seguinte, a emissora de TV japonesa Asahi informou que um túnel na base de testes nucleares da Coreia do Norte desmoronou após o sexto teste atômico de Pyongyang, em setembro, possivelmente matando mais de 200 pessoas. Pyongyang, em resposta, chamou as notícias de falsas e descartou a hipótese.
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Em 2014, a então presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, já havia alertado: o Centro de Pesquisa Científica Nuclear de Yongbyon (a principal instalação nuclear do Norte), está tão densamente concentrada que um incêndio poderia levar a um desastre potencialmente pior do que Chernobyl, em referência ao acidente nuclear catastrófico que ocorreu em 1986 na central elétrica da Usina Nuclear situada então na República Socialista Soviética da Ucrânia e que resultou em milhares de óbitos ligados à exposição radioativa.
Segundo o 38North, embora a avaliação de danos de Park seja provavelmente um exagero – pesquisadores avaliam que a produção de energia em Chernobyl teria sido 3.000% acima da que ocorre atualmente em Yongbyon – o potencial para um acidente nuclear não é exagerado.
E ainda há um alerta adicional: o Norte ainda não assistiu a um acidente grave, mas pode ter chegado perto. E se ocorrer um acidente, a natureza secreta do estado poderia exacerbar a situação de tensão. “A informação confiável seria escassa, já que o regime certamente tentaria suprimir todos os relatórios sobre a extensão dos danos. O pânico regional seria estabelecido, e os governos da Coreia do Sul, China e Japão sentiriam uma pressão imensa para responder”, afirmou a nota da 38North, acrescentando que o pânico político provavelmente superaria a exposição radiológica real e o impacto ambiental.
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Nos resultados de Chernobyl, muitos atribuíram o desastre ao fato de que os operadores soviéticos de reatores nucleares nunca tiveram a oportunidade de aprender com colegas internacionais – uma situação semelhante à da Coreia do Norte. Assim, a comunidade internacional deveria propor sentar à mesa para tratar sobre a segurança nuclear com Kim, uma jogada que poderia resultar em discussões produtivas sobre o programa nuclear da nação, além de levar a um maior diálogo regional, disse a nota.
Considerando que Pyongyang se declarou um estado nuclear responsável, enfatizando suas promessas de não-uso e não proliferação, “um compromisso com a segurança nuclear ajudaria a demonstrar publicamente sua adesão a esses princípios”, finaliza a 38North.