Radar: acompanhe algumas das principais oscilações na bolsa nesta quinta-feira

SÃO PAULO – Assim como no começo do pregão, os principais mercados acionários seguem operando sob forte volatilidade nesta quinta-feira (4), repercutindo os dados divergentes da agenda econômica norte-americana. Assim como nos mercados internacionais, o Ibovespa segue alternando entre perdas e ganhos, operando nesta tarde bem próximo à estabilidade.

Na pauta econômica dos EUA, o número de contratos de compra e venda de casas usadas registrou queda de 7,6% em janeiro, decepcionando os analistas, que esperavam um avanço de 1% no total de assinaturas. Contudo, esses dados são amenizados pelo índice de produtividade no mercado de trabalho norte-americano – excluindo o setor agropecuário -, que registrou alta de 6,9% no primeiro mês do ano, superando as estimativas de 6,3%.

Ainda na principal economia do mundo, o volume de encomendas feitas à indústria subiu 1,7% no mesmo mês, ao passo que o número de pedidos de auxílio-desemprego chegou a 469 mil na última semana. Ambos os indicadores vieram praticamente em linha com o esperado.

Na Europa, o clima incerto nos mercados é reflexo da retração de 2,1% da atividade econômica da Zona do Euro em 2009 e do resultado decepcionante da Anheuser-Busch InBev. No front doméstico, destaque para o avanço de 1,1% na produção industrial de janeiro, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Pão de Açúcar: mudança de CEO e destaque de queda
A teleconferência do Pão de Açúcar (PCAR5) mostrou que a rede de supermercados voltará seu foco na integração de suas atividades, sem excluir a oportunidade de novas aquisições. “Vamos continuar com crescimento acelerado”, disse a administração da empresa, anunciando ainda que ao final do mês o atual presidente, Cláudio Galleazi, deixará o comando da companhia, sendo ocupado a partir de abril por Enéas César Pestana Neto.

Diante das perspectivas anunciadas para 2010 e da troca no cargo máximo da hierarquia, as ações do Pão de Açúcar aparecem como principal destaque negativo do Ibovespa, operando com queda de 2,9% nesta tarde.

Capitalização da Petrobras
Assim como na véspera, a Petrobras (PETR4) volta a ganhar destaque no noticiário corporativo. Na noite anterior, a Câmara dos Deputados aprovou a utilização do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) na capitalização da estatal. Contudo, essa medida só beneficiará apenas aqueles que já são acionistas da empresa. As ações preferenciais da companhia recuam 0,3%.

A medida permite que os cotistas usem até 30% do saldo de suas contas individuais para subscrever novas ações. No entanto, o ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou que a proposta deverá ser barrada no Senado. “Se passar, vamos tentar derrubar no Senado”, havia dito o ministro já antes da votação entre os deputados. O governo é contrário à ideia pois não quer deslocar recursos da habitação e de outras aplicações do fundo, como saneamento básico.

Vale: em negociação pelo minério
Outra das grandes empresas do Brasil, a Vale (VALE5) entra em foco por conta das negociações dos contratos de minério de ferro com as siderúrgicas japonesas. Juntamente com a sua concorrente australiana, a Rio Tinto, a mineradora brasileira requisitou a elevação de 50% nos preços da commodity. Os papéis PNA da Vale sobem 0,35% nesta tarde.

Braskem e GVT
A Braskem (BRKM5) pretende realizar uma captação de R$ 4,5 bilhões no mercado, mediante as emissões de 250 milhões de ações ordinárias e de 62,5 milhões de ações preferenciais classe A, ao preço unitário de R$ 14,40 ambas. A oferta tem como objetivo quitar os pagamentos referentes à aquisição da Quattor, bem como os compromissos decorrentes da compra das ações da Polibutenos e da Unipar. Os papéis PNA da petroquímica operam em alta de 0,3%.

Já a GVT (GVTT3) comunicou o fim das atividades de agente formador de mercado em trinta dias. As operações são desempenhadas pela corretora do banco de investimentos Credit Suisse. Segundo a GVT, o motivo do encerramento destas atividades é a recente alteração do controle societário da companhia por conta de sua incorporação pela Vivendi. Suas ações operam com leve alta de 0,2%.

Resultados I – AmBev e SLC Agrícola
A AmBev (AMBV4) somou um lucro líquido de R$ 1,79 bilhão no quarto trimestre do ano passado, o que representa um avanço de 5,3% em relação os ganhos vistos no mesmo período do ano de 2008. A receita líquida também trilhou trajetória ascendente, ao subir 6,5% na comparação anual e somar R$ 6,77 bilhões. Suas ações recuam 1,5% no Ibovespa.

A SLC Agrícola (SLCE3) também revelou ao mercado seu desempenho obtido nos três últimos meses de 2009, quando contabilizou ganhos líquidos de R$ 11 milhões. No mesmo período de 2008, a companhia havia amargado um prejuízo de R$ 19,8 milhões. Os ativos da companhia declinam 0,2% nesta tarde.

Resultados II – Randon e Ferbasa
Dando sequência à temporada de resultados, a Randon Participações (RAPT4) teve uma retração de 39,9% em seu lucro líquido dos últimos três meses de 2009 frente ao mesmo período de 2008. Segundo a companhia, o desempenho negativo deve-se à forte retração da demanda externa com a crise. Suas ações operam em queda de 1,8%.

Por fim, a Ferbasa (FESA3) também não viu incremento em seus ganhos na comparação com 2008. Em seu resultado referente ao acumulado do ano passado, a companhia somou um lucro líquido de R$ 35,63 milhões, cifra significativamente menor que os R$ 336,08 milhões conquistados no ano anterior. Os ativos da companhia recuam 1,7% na bolsa brasileira.

Novo IPO à vista
Aos que gostam de apostar em novos papéis na bolsa têm mais uma oportunidade a se atentar: o IPO (Initial Public Offering) da Sonae Sierra Brasil, que entrou nesta semana com pedido junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) de abertura de seu capital na bolsa. Se aprovada, a distribuição de ações ordinárias será constituída de ofertas de varejo e institucional.