Com lucro forte e crédito fraco, resultado do Santander divide analistas

Apesar da expansão de 111,9% nos ganhos trimestrais, evolução na carteira de crédito deverá ser menor do que a de seus pares

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Divulgado na manhã de quinta-feira (29), o resultado trimestral do Santander (SANB11) trouxe números controversos. Enquanto o lucro líquido do banco subiu 111,9% na comparação com o primeiro quarto de 2009, indo para R$ 1,76 bilhão, sua carteira de crédito teve um crescimento de 2%, ficando bem abaixo do que seus pares do setor deverão reportar.

Por conta disso, tanto a Spinelli Corretora quanto o Barclays Capital adotaram uma postura um tanto conservadora em relação à instituição financeira. Para Daniel Malheiros, da Spinelli, apesar dos resultados bem acima da expectativa dos mercados, “o crescimento da carteira de crédito abaixo da de seus pares e a perda de spread inspiram cautela”.

Além do lucro líquido, o analista da corretora também ressalta os ganhos de sinergias operacionais que o Santander conseguiu captar, por conta da fase final de integração de suas atividades com o Banco Real, que deverá ser concluída no terceiro trimestre desse ano. “O banco estima economias em torno de R$ 2,4 bilhões”, destaca Malheiros.

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Crédito decepciona
Apesar de concordarem com Malheiros à respeito da melhora operacional do banco no período entre janeiro e março desse ano, a dupla de analistas do Barclays, Roberto Attuch e Fabio Zagatti, enfatiza a fraca expansão das operações de crédito do banco, que na avaliação deles provavelmente ficará abaixo da média do setor financeiro.

Vale destacar que, dos grandes bancos com atuação no País, apenas o Bradesco já apresentou seus números trimestrais, mostrando uma alta de 3,1% na comparação com o quarto trimestre de 2009. A carteira de crédito do Santander subiu 1,1%.

Também comentando os dados de crédito do banco, Malheiros destaca positivamente as operações envolvendo apenas os segmentos pessoa física e consumo, que registraram boa evolução de 8,6% e 4,1%, respectivamente, diante dos últimos três meses do ano passado. “Já a carteira de crédito às pequenas e médias empresas desapontou, registrando queda de 6,7%”, ponderou o especialista da Spinelli.

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Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers