Ibovespa abre em queda, ajustando-se ao recuo das bolsas externas no feriado

Clima na véspera foi tenso nos mercados globais e pesa na abertura deste pregão; agenda do dia conta com Livro Bege

Luis Madaleno

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SÃO PAULO – A volta do feriado acarreta no ajuste do mercado doméstico face às perdas nas praças internacionais ocorridas na véspera diante do agravamento da crise fiscal europeia. Com isso, o Ibovespa abre em baixa de 0,11% nesta quarta-feira (8), a 66.673 pontos.

Em contrapartida, na Europa o clima é positivo e os principais índices da Inglaterra, Alemanha e França avançam 0,32%, 0,49% e 0,51%, respectivamente, mesma tendência observada no mercado futuro dos EUA, com o S&P 500, Dow Jones e o Nasdaq Composite exibindo altas respectivas de 0,30%, 0,32% e 0,40%.

Dentre os papéis que são negociados nesta manhã, destaque para Telemar Norte Leste PNA (TMAR5, R$ 45,70, -2,14%), Gol PN N2 (GOLL4, R$ 23,14, -1,99%), Santander BR UNT (SANB11, R$ 21,59, -1,86%), LLX Logística ON (LLXL3, R$ 9,50, -1,86%) e Vale ON (VALE3, R$ 47,35, -1,35%). 

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Análise técnica
A equipe de análise gráfica da Itaú Corretora observa que “o índice Bovespa segue em tendência de alta no médio prazo com espaço para alcançar um objetivo deste movimento localizado em torno de 70.900 pontos”. No entanto, acreditam que “no caminho, o Ibovespa encontrará resistências em 67.700 (fortíssima) e em 68.753 pontos (topo recente)”.

Já na ponta vendedora, os analistas avaliam que o benchmark “encontrará suportes em 66.200, 65.600 (forte), 65.250 (fortíssimo) e 64.000 pontos – ponto de retorno, onde passa neste momento a reta de suporte do canal de alta de médio prazo”.

Véspera tensa
Lá fora, em meio ao feriado de 7 de setembro, os mercados foram novamente afetados negativamente pela intensificação do clima de cautela ante a situação econômica na Europa. Isso por conta de notícias acerca da omissão por parte de bancos franceses e o britânico Barclays acerca da verdadeira exposição deles a dívidas públicas do continente durante os testes de estresse realizados na região.

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Além disso, dados da indústria alemã reforçaram o sentimento de cautela entre os investidores. Pressionando ainda mais os índices, o prêmio Nobel de economia, Joseph Stiglitz, afirmou que os governos do continente fizeram “a aposta errada” com a austeridade fiscal.

Perspectivas e agenda norte-americana
Em meio a este cenário, na sessão desta quarta o clima no mercado brasileiro poderá ser volátil, já que os investidores deverão repercutir não apenas o noticiário europeu da véspera, mas, somado a isso, dois importantes vetores serão revelados na economia norte-americana: o Livro Bege do Federal Reserve e o Consumer Credit.

A equipe da Spinelli Corretora, chefiada pela economista Kelly Trentin, não acredita que os indicadores norte-americanos possam demonstrar números que surpreendam o mercado positivamente. “A agenda de indicadores econômicos dos EUA com dados relativos a agosto deve mostrar, em grande maioria, a continuidade de uma fraca atividade no país”, destacou a corretora em relatório.

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“Fica difícil de esperar que as bolsas tenham desempenho favorável devido a dados econômicos. Isso só deve acontecer se os dados começarem a vir melhores que as expectativas”, completou a Spinelli.

Europa
Passando ao Velho Continente, destaque aos indicadores: os preços de imóveis no Reino Unido avançaram pelo segundo mês consecutivo em agosto, ao registrar alta de 0,2%, ante previsão expectativa de queda de 0,5%. Já as exportações na Alemanha registraram uma queda de 1,5% na passagem mensal, o que pode “sinalizar o final do ‘milagre de crescimento alemão'”, afirmaram os analistas do banco Société Générale.

De Berlim a Lisboa, também chama atenção nesta manhã o retorno de Portugal ao mercado de crédito. Em operação de emissão de dívida soberana nesta quarta, o governo português viu os juros dos papéis subirem face às últimas operações, embora a demanda pelos papéis tenha sido alta.

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Agenda doméstica
Por aqui, a volta do feriado traz uma agenda vazia, que conta com a divulgação do IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor – Semanal). O indicador marcou inflação de 0,17% na semana terminada em 7 de setembro, taxa 0,25 ponto percentual maior que a apurada na medição anterior. Com o resultado, o índice volta a apresentar taxa de variação positiva após 11 semanas seguidas no campo negativo.

Deixando a agenda de lado, destaque novamente à Petrobras (PETR3, PETR4). Após a ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) ter interditado a plataforma P-33, as atividades da P-35 também poderão ser paralisadas depois de pedido de interdição feito pelo sindicato dos petroleiros à Justiça, sob a alegação de más condições de segurança.

Além dela, chama atenção também uma notícia vinda de Moscou. Segundo o site da agência sanitária russa, Rosselkhoznadzor, o governo proibiu importação de carne bovina e de frango de várias unidades processadoras do Brasil, incluindo da JBS (JBSS3) e da Seara.

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Fechamento anterior
O principal índice da bolsa paulista fechou o pregão de segunda-feira em leve alta de 0,10%, atingindo 66.747 pontos e registrando uma baixa acumulada no ano de 2,68%. O volume financeiro foi de R$ 2,30 bilhões. 

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