Petrobras volta a cair, Vale desaba mais de 3% e bancos disparam

Ainda entre os destaques, as ações da Eletrobras voltam a cair hoje, registrando sua quinta desvalorização consecutiva; Saraiva tem sua décima queda em onze pregões

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa engata movimento de alta na tarde desta terça-feira (18), acentuando os ganhos a partir das 14h30 (horário de Brasília), impulsionado pelos bancos, que também passaram a subir forte neste horário. A arrancada do índice ocorria mesmo em meio à forte queda das ações da Vale (VALE3; VALE5) e siderúrgicas. Esses papéis eram pressionados pela forte queda do preço do minério de ferro e dados ruins da China.

Já as ações da Petrobras oscilam forte. Depois de chegarem cair mais de 4%, os papéis viraram para alta nesta tarde em meio à arrancada dos bancos mas voltaram a perder força e caíam, segundo cotação das 16h20 (horário de Brasília). Confira abaixo os principais destaques da Bovespa nesta sessão:

Bancos 

Os papéis do setor bancário passam a subir forte nesta sessão e figuravam neste momento próximos a máxima desta sessão. Destaque para os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,08, +2,97%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 25,78, +2,79%) e Bradesco (BBDC3, R$ 34,70, +2,97%; BBDC4, R$ 36,08, +3,20%).  

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Em destaque e alimentando rumores de mercado está a coluna da jornalista Tereza Cruvinel, que afirmou que Dilma Rousseff estaria examinando o nome de Alexandre Tombini no ministério da Fazenda, enquanto Henrique Meirelles – ao contrário do que vinha sendo cogitado até agora – iria para a presidência do Banco Central, cargo que esteve durante o governo Lula. 

Cielo (CIEL3, R$ 42,20, +5,24%)

As ações da Cielo dão sequência a alta dos últimos dois dias e figuram como a maior alta do Ibovespa nesta terça-feira. Com a arrancada, os papéis atingem o maior patamar desde agosto deste ano.  

A valorização dos papéis ocorre em meio à notícia da Bloomberg de que a Cielo, maior processadora de pagamentos de cartões do Brasil, deverá emitir aproximadamente R$ 4,5 bilhões em debêntures para financiar um possível acordo para adquirir a área de cartões do Banco do Brasil. Na véspera, a companhia confirmou que estaria em negociações, mas disse que nenhum acordo havia sido firmado. Segundo coluna Radar, da Veja, a operação deve sair por R$ 9 bilhões. 

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Petrobras (PETR3, R$ 12,07, -0,33%; PETR4, R$ 12,51, -0,71%)

Depois de caírem mais de 4%, as ações da Petrobras viraram para alta nesta tarde mas logo perderam força e voltaram para o campo negativo em meio a uma série de notícias negativas para a empresa. Os papéis ainda estão imersos na onda de acusações de corrupção na empresa.

Ontem, a crise na estatal tomou conta do noticiário com a teleconferência da empresa explicando os resultados operacionais e o adiamento do balanço da companhia. Possibilidade de que as investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que já prendeu o ex-diretor da estatal, Renato Duque, afetem as demonstrações financeiras da petroleira assustam investidores. O atual diretor José Carlos Cosenza foi acusado por delatores de receber “comissões”. 

Vale (VALE3, R$ 22,19, -3,23%; VALE5, R$ 19,04, -3,50%)

As ações Vale figuram entre as maiores quedas do Ibovespa hoje em meio a indicador chinês ruim – país que é o principal destino das exportações da mineradora -, o que puxa para baixo também o preço do minério de ferro. O valor médio das novas moradias em 70 cidades chinesas continuam a cair. Em outubro, pelo sexto mês consecutivo, os imóveis ficaram mais baratos nas localidades pesquisadas. Acompanham o movimento da mineradora, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,89, -3,88%), holding que detém participação na Vale.

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Com o dado chinês, na mais recente evidência de fraqueza de economia no maior consumidor mundial da matéria-prima do aço, o preço do minério de ferro – principal produto da Vale – caiu perto de US$ 72 por tonelada pela primeira vez em mais de cinco anos. O preço despencou 4% nesta terça-feira, segundo dados compilados pelo Steel Index. 

Siderúrgicas

As ações das siderúrgicas oscilam em meio a dados ruins do setor divulgados ontem e hoje. Neste momento, operavam no negativo as ações da CSN (CSNA3, R$ 6,64, -3,77%), Usiminas (USIM5, R$ 4,99, -2,16%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,45, -1,39%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 12,32, -2,30%). 

Nesta terça-feira, o Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço) divulgaram as vendas de aços planos no País pelas empresas de distribuição encerraram outubro com queda de 15,8% na base de comparação anual. Na véspera, o Instituto Aço Brasil (IABr) informou que, apesar do aumento de 2,7% na produção de aço brasileira em outubro ante o mesmo mês de 2013, no ano, o resultado caiu 0,7%. As vendas recuaram 10,6% ante outubro do ano passado. 

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Eletrobras (ELET3, R$ 5,25, +0,77%; ELET6, R$ 7,01, -3,97%)

As ações preferenciais da Eletrobras voltam a cair hoje, dando sequência ao quinto pregão de desvalorização. Esse é o patamar mais baixo desde agosto do ano passado. Ontem, o Bank of America Merrill Lynch cortou a recomendação das ações da elétrica de neutra para underperform (desempenho abaixo da média).  

Saraiva (SLED4, R$ 8,94, -1,32%)

As ações da Saraiva seguem em ladeira abaixo neste pregão. Essa é a décima queda em onze pregões, acumulando baixa de 39% no período.

A companhia informou ontem que reduziu seu guidance para 2014. A empresa espera agora que a receita bruta consolidada do ano inteiro totalize entre R$ 2,3 a R$ 2,5 bilhões, em comparação com o guidance anterior de R$ 2,4 a R$ 2,6 bilhões.

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Na semana passada, a Saraiva divulgou seu resultado do terceiro trimestre, mostrando prejuízo líquido de R$ 29,1 milhões, ampliando em 30,7% as perdas de R$ 22,3 milhões de um ano antes. Já na segunda-feira a companhia informou a saída do diretor da empresa Michel Jacques Levy, que solicitou seu desligamento da empresa tendo trabalhado na Saraiva durante um ano. No dia, os papéis desabaram 12%. 

Mills (MILS3, R$ 10,89, -4,31%)

As ações da Mills voltam a cair forte nesta terça-feira, registrando sua quinta baixa consecutiva. No dia 6, a companhia divulgou seu resultado, mostrando queda de 92% no terceiro trimestre e atingindo R$ 3,2 milhões no período. Neste mês, os papéis acumulam perdas de 31,95%

Bic Banco (BICB4, R$ 5,77, +2,12%)

As ações do Bic Banco minimizam ganhos após atingir valorização de 12,21% na máxima do dia, a R$ 6,34. Acionistas do banco contestam ajuste de preço da China Construction Bank (CCB).

Em outubro do ano passado, a CCB disse que pagaria R$ 1,62 bilhão por 73,96% do capital total do banco. Entretanto, no mês passado, a CCB informou que poderia reduzir esse montante em cerca de R$ 287,8 milhões – o que teria desagradado os acionistas. A família Bezerra, que controla o BicBanco, e a CCB teriam agora até 24 de novembro para discutir os ajustes. 

OSX (OSXB3, R$ 0,25, +8,70%)

As ações da OSX disparam hoje, tendo atingido na máxima do dia valorização de 21,74%, a R$ 0,28.  Essa é a terceira sessão consecutiva de alta dos papéis. A empresa reportou seu balanço na noite da última sexta-feira. A companhia encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 160,7 milhões, uma queda de 91,3% em relação ao prejuízo de R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo período de 2013. O resultado é o atribuído aos acionistas controladores da empresa. Já a receita líquida somou R$ 221,3 milhões no terceiro trimestre desse ano, 45,7% maior frente ao igual período no ano passado, quando a receita somou R$ 151,9 milhões.