Por que a Randon deixou de ser a preferida entre as small caps no mês de outubro?

Fundamentos da empresa seguem atrativos, mas receio com a economia global fez analistas apostarem em ações defensivas

Nara Faria

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SÃO PAULO – A forte aversão ao risco causada pela instabilidade da economia mundial vem modificando as preferências de analistas no momento de compor as carteiras de recomendações mensais. Entre elas, as ações da Randon (RAPT4), que vinham sendo consideradas as preferidas entre as small caps, reduziram as citações nos portfólios mensais.

No mês de setembro, o número de recomendações da empresa caiu para oito, ante as 11 citações em carteiras no mês de agosto. Já no mês de outubro, a quantidade de votos voltou a recuar, somando apenas cinco citações. Com isso, após 10 meses na liderança, a empresa perdeu a primeira colocação como small cap mais recomendada para a EzTec (EZTC3).

Afinal, por que as citações diminuíram?
A deterioração do cenário econômico mundial e as incertezas quanto ao aumento da concorrência estrangeira no médio prazo, especialmente dos chineses, foram os motivos apontados pelos analistas da Planner Corretora para retirar nos últimos dois meses a companhia de suas carteiras mensais. 

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Pelos mesmos motivos, a PAX Corretora optou por retirar RAPT4 de sua carteira mensal para outubro. “A corretora optou por ações mais defensivas em outubro, dando preferência às boas pagadoras de dividendos, protegidas contra a inflação e mais ligadas ao mercado doméstico. A Randon tem certa exposição ao mercado externo e sofre com a desaceleração da economia mundial e por aqui”, explica o analista Gregório Matias. 

Fundamentos mantêm RAPT4 atrativa
Balanços positivos, expectativa de aumento do guidance e pouco endividamento são alguns dos motivos apontados pelo analista da Socopa Corretora, Osmar Camilo, para justificar que, apesar de ter retirado as ações da empresa no mês de outubro em busca de uma carteira mais defensiva, a Randon continua sendo uma empresa atrativa.

“Mantivemos as ações da Randon até o momento que foi possível, mas a opção pela retirada em outubro foi para diminuir o beta (correlação entre a ação e o mercado) geral da carteira. Para isso, substituímos as ações da Randon pelos papéis mais defensivos da Copel (CPLE6) neste período”, explica Camilo.

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Outro ponto que ajuda a manter a atratividade para Randon, na opinião da Ativa Corretora, é a redução do IPI (imposto sobre Produtos Importados) até dezembro de 2011 sobre veículos de transporte, bens de capital e material de construção. Essa medida contribui para a sustentação da demanda, impulsionando a produção no mercado interno, explica em relatório o analista do setor de autopeças e bens de capital da corretora, Artur Delorme.