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SÃO PAULO – A condução da crise econômica pelas autoridades dos governos europeus falha em dar respostas concretas ao mercado há meses. Com as incertezas pressionando as principais bolsas mundiais, a percepção dos 2.350 leitores da InfoMoney que participaram de uma enquete entre 31 de outubro e 4 de novembro é de que a estratégia para conter o endividamento da região merece nota zero.
São 693 leitores que consideram que a maneira de lidar com os problemas do continente não poderia ser pior. Eles representam 29% dos participantes da pesquisa divulgada pelo Portal. Em segundo lugar, ficam os 367 leitores que acreditam que a forma de dar uma resposta contra a dívida pública e a estagnação do crescimento merece nota 5. Esta parcela corresponde a 16% dos participantes.
A maioria das notas está concentrada abaixo ou dentro da média 5, representando 1.819 votos, ou 77% das opiniões. Além dos 693 leitores que dariam nota zero aos governos europeus, 119 deles dariam a nota 1, enquanto 8%, ou 183, avaliaram a estratégia como digna de apenas 2 pontos.
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A nota 3 é a terceira mais recorrente, após 242 votos, que equivalem a 10% dos pesquisados. Logo em seguida, com 9% das opiniões, 215 leitores optaram pela nota 4.
A nota menos votada foi a 9, com apenas 21 cliques. Para a nota 10, 109 leitores a escolheram, representando 5% dos votos. As notas 6 e 7 ficaram praticamente empatadas no ranking, com 161 e 136 votos, respectivamente. Por fim, a nota 8 representou 4% dos votos, ou 104 cliques.
Nota | Votos | Representatividade |
0 | 693 | 29% |
1 | 119 | 5% |
2 | 183 | 8% |
3 | 242 | 10% |
4 | 215 | 9% |
5 | 367 | 16% |
6 | 161 | 7% |
7 | 136 | 6% |
8 | 104 | 4% |
9 | 21 | 1% |
10 | 109 | 5% |
Crise europeia teve início com o euro
Os desequilíbrios nos balanços de pagamentos públicos na união europeia são um fato recente e coincidem com a criação do próprio euro – a moeda única do bloco. O problema do continente precisa ser resolvido através do financiamento destes desequílibrios no curto prazo e da redução do déficit público no médio prazo.
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Decorre deste cenário a importância da aprovação dos planos de austeridade, da expansão do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira) de € 440 bilhões para € 1 trilhão, os esforços para aumentar a liquidez do sistema bancário e até o perdão de metade da dívida grega. Os problemas da região, entretanto, vão além do âmbito econômico e deflagram a má gestão política.
A pior crise econômica na Europa desde a Segunda Guerra Mundial fez com que sete governos caíssem em três anos. A primeira vítima foi o primeiro-ministro da Islândia, Geir Haarde. No Reino Unido, Gordon Brown ficou pouco tempo no poder, foi obrigado a convocar eleições gerais e saiu derrotado. O governo de Brian Cowen, da Irlanda, e de José Sócrates, em Portugal, também foram vítimas da impopularidade diante da crise. Em outubro, Iveta Radicova deixou o governo da Eslováquia e em novembro George Papandreou, ex-primeiro-ministro grego, e Sílvio Berlusconi, primeiro ministro da Itália, deixaram seus postos.