Roubini: falta de mecanismos para resolver crise aproxima economia global da recessão

Em evento realizado em São Paulo, economista chamou atenção para a necessidade de maior integração de países europeus

Marcel Teixeira

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SÃO PAULO – O economista Nouriel Roubini, afirmou, em evento realizado na última terça-feira (8) em São Paulo sobre o futuro do sistema financeiro internacional e os impactos da atual crise, que os países desenvolvidos, com poucas exceções, estão mais próximos de uma recessão do que uma recuperação, além de destacar a importância do setor corporativo para a desempenho dessas economias.

Os problemas de solvência e crédito, apontados por Roubini como causas da crise deflagrada entre as economias avançadas, fazem com que o processo de retomada econômica seja mais fraco e com um menor ritmo. “Primeiro houve a questão do setor imobiliário nos EUA, depois vieram os bancos, seguidos do endividamento do setor público desses países. Esse processo de desalavancagem é lento e doloroso, já que deve levar de cinco a 10 anos”, segundo o economista.

A falta de mecanismos para combater as dificuldades pelas quais passam os países desenvolvidos é o principal fator pelo qual o ex-consultor do FMI (Fundo Monetário Internacional) e do Banco Mundial acredita que uma recessão esteja mais próxima. Ferramentas como redução das taxas de juros, pacote de estímulos e resgates de instituições financeiras não são mais viáveis.

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“No caso da Zona do Euro, por exemplo, é necessária uma integração econômica, política e fiscal, caso contrário haverá uma desintegração progressiva, abrindo a possibilidade para a saída de membros mais fracos do grupo e podendo levar a uma ruptura geral futuramente. Os europeus precisam definir estratégias para reestabelecer um crescimento econômico”, disse Roubini.

Importância do setor corporativo
Na visão do economista, as grandes companhias podem e devem ter um papel muito importante para a recuperação da economia global e constatou que o atual cenário de incertezas, que tem levado as empresas a cortarem gastos e investimentos pode aumentar essa deterioração econômica mundial.

“O setor corporativo tem, cada vez mais, apresentado resultados positivos. Entretanto, essa postura de aumentar seus caixas pode virar um ciclo vicioso. As empresas não gastam por conta da menor demanda, sem investimentos não há criação de empregos, assim a renda da população diminui e a demanda final é ainda mais afetada”, constatou o economista.

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