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SÃO PAULO – O ano que vem deve continuar sendo de incertezas para o mercado de ações. Desta forma, a Fator Corretora pretende focar sua estratégia em empresas listadas na BM&F Bovespa que não dependam de um momento da economia muito aquecida, mas que possuam baixos custos e endividamento, um balanço saudável e uma elevada distribuição de dividendos.
As recomendações levam em conta um novo ciclo, que será de preferência pela previsibilidade, pela segurança e pela governança. A principal escolha da corretora para 2012 continua sendo a Petrobras (PETR3, PETR4).
Setores favoritos | Top Picks | Perspectivas |
Telecomunicações |
A Telefônica (VIVT4) deve se beneficiar deste cenário após integrar as operações entre Vivo e Telesp. A TIM (TIMP3) deve ter boas sinergias após as aquisições das redes Intelig e AES Atimus. Novas oportunidades também podem aparecer em longa distância e internet. |
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Bancos |
Apesar do oferecimento de crédito provavelmente apresentar desaceleração em 2012, a bancarização proveniente do aumento da renda, os altos spreads e a manutenção de níveis aceitáveis de inadimplência devem garantir uma boa performance para o setor em 2012. |
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Consumo não-cíclico |
A AmBev (AMBV4) pode ganhar rentabilidade com a alta na procura por maior valor agregado em bebidas. A Raia Drogasil, fusão entre Droga Raia (RAIA3) e Drogasil (DROG3), vai começar a colher as sinergias do negócio exatamente no ano que vem; a expectativa dos analistas é que a unificação dos pedidos de compras e de contratação de serviços reduzam os custos. |
Além das preferências citadas na tabela acima, a corretora cita os segmentos de serviços financeiros, citando as ações da Valid (VLID3) e Cielo (CIEL3); auto-peças, com preferência por Metal Leve (LEVE3) e Marcopolo (POMO4), e recomenda as ações de Localiza (RENT3) e WEG (WEGE3), por serem boas opções de investimento.
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Setores com maior risco
Todas as empresas que têm negócios em commodities, exceto o petróleo, correm o risco de apresentar desempenho negativo, ou abaixo do mercado no próximo ano. A desaceleração econômica, com recuo nos portfólios de crédito, e o menor crescimento chinês, devem fazer com que as empresas apresentem balanços menos expressivos.
A Vale (VALE3, VALE5) é um exemplo. Segundo a Fator, o preço atual de seus papéis já precifica um cenário mais positivo para a mineração. Apesar disso, a atuação principal da companhia se mostra menos vulnerável a uma eventual rodada de queda do crescimento internacional.
O setor de construção civil é mais um que pode apresentar prêmios menos relevantes. O relatório mostra que os múltiplos das imobiliárias estão bem baixos, mas que o potencial de valorização depende muito da redução de despesas – que subiram muito acima do INCC (Índice Nacional de Custos da Construção) – e de redução da dívida líquida. “O setor tem o desafio de se adaptar ao ambiente de crescimento moderado”, avalia a corretora.
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Vale ressaltar ainda a análise do varejo e da saúde. Com o poder de compra da população se mantendo em ascensão, a estimativa é boa para os resultados, mas a equipe da Fator crê que as ações já são negociadas a um valor que leva isso em conta. Além disso, o varejo começa a dar “sinais de cansaço”, e na saúde o avanço pode não se traduzir exatamente em balanços melhores.