Risco-País registra alta de 10 pontos, refletindo temor com Zona do Euro

SÃO PAULO – O indicador de risco-país registrou alta de dez pontos-base nesta terça-feira (6), totalizando 199 pontos. O mercado esteve pressionado com o recuo de 0,3% do PIB (Produto Interno Bruto) no quarto trimestre do ano passado da Zona do Euro, assim como pelo alerta do IFF (International Institute of Finances) para a possibilidade do default da Grécia, que implicaria em perdas de € 1 trilhão ao bloco econômico de moeda única. 

Também ganhou a atenção dos investidores o primeiro discurso do presidente norte-americano, Barack Obama, para a imprensa nesta terça. O presidente democrata deve reduzir taxas de hipotecas para três milhões de norte-americanos, além de tentar conter avanço dos preços de gasolina para preservar o consumo.

PIB brasileiro veio levemente abaixo das projeções
Por aqui, a divulgação do PIB também não animou os investidores, uma vez que registrou expansão de 2,7% em 2011, enquanto as projeções apontavam para alta de 2,8%. O resultado foi fortemente impactado pela crise na Europa, afirmou a presidente Dilma Rousseff. Já Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, ressaltou a força da demanda da economia brasileira.

Os investidores também ficaram atentos à reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que deverá divulgar o novo patamar da taxa básica de juro nacional na próxima quarta-feira (7). É quase um consenso de que haverá um novo corte na Selic, atualmente em 10,50% ao ano. A expectativa, no entanto, fica em torno do tamanho dessa diminuição.

Global 40
O principal título da dívida externa brasileira, o Global 40, encerrou em baixa de 0,01% na noite desta terça-feira, cotado a 132,97 centavos de dólar.

Refletindo o desempenho dos principais títulos da dívida externa brasileira, o indicador de risco Brasil calculado pelo conglomerado norte-americano JP Morgan encerrou a 199 pontos-base.

O que é o risco-País?
Como cada governo que emite papéis no mercado externo em geral tem mais do que um título no mercado, o banco norte-americano JP Morgan decidiu criar um índice que pudesse combinar todos estes papéis e obter um indicador único, que pudesse ser usado como uma medida de risco global.

Com isso, o JP Morgan criou, no final de 1993, o Embi+ (Emerging Markets Bond Index Plus), ou Índice de Bonds de Países Emergentes, que mede o desempenho de uma vasta carteira de países. Todos os países incluídos são emergentes, excluindo aqueles de risco menor, como muitos dos países da Europa, Ásia e América do Norte.

Além deste índice genérico, o banco criou também um índice para cada país, incluindo apenas títulos do país em questão. Com isso, o JP Morgan criou uma medida de risco-país, que, no caso do Brasil, é medido pelo Embi+ Brasil.