Em meio a resultados, PDG perde 30% de valor de mercado na semana

Ação se aproxima dos patamares vistos na crise de 2008, alerta analista; outros papéis do setor também tiveram queda

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – O momento ruim para o setor imobiliário foi especialmente desalentador para a PDG (PDGR3), cujas ações lideraram as perdas do Ibovespa na semana compreendida entre os dias 14 e 18 de maio. As ações PDGR3 tiveram forte desvalorização de 30,02%, fechando o período aos R$ 3,17. Durante a semana, o benchmark da bolsa, que não teve nenhuma das suas 68 ações em alta, teve queda de 8,30%, sua pior semana em 10 meses.

A empresa vem em um momento ruim desde o início da temporada de resultados do setor. A PDG anunciou seus números na terça-feira, quando revelou uma queda de 79% no lucro líquido, para R$ 239,1 milhões, decepcionando os analistas. Logo naquela sessão, o papel despencou 9,8%. Um dia antes, mediante uma reestruturação na diretoria, o ativo já caia 10,1%.

“O resultado dela não foi muito bom. A empresa enfrenta fortes desafios em lançamentos e margens para o resto do ano”, diz Carlos Müller, analista da Geral Investimentos. Vale ressaltar que a PDG figurou como a segunda construtora com maior número de reclamações entre 1º de janeiro a 10 de maio deste ano. Nesse período, houve 57 reclamações, segundo divulgado pela fundação Procon-SP.

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O analista da Walpires Corretora, Leandro Martins, avalia que a ação da PDG Realty está em uma forte tendência de baixa e deve buscar o fundo de 2008, próximo a R$ 2,00. Além disso, a trajetória pode estar sendo impactada pela saída de investidores estrangeiros, já que, desde o início da semana, algumas casas de research estão recomendando a venda de ações do setor, alerta Müller.

No mesmo sentido, Martins lembra que esse setor costuma sofrer mais com especulação, já que a falta de liquidez leva a uma fuga de investidores quando o cenário econômico global piora.

Concorrentes caem, mas menos
Assim, essa trajetória é mais acentuada para a PDG, mas outras imobiliárias não escaparam ao momentum negativo. Os papéis da Brookfield (BISA3) caíram 25,66% na semana, fechando aos R$ 3,65. Rossi Residencial (RSID3) caíram 24,62%, aos R$ 5,39, assim como os papéis da MRV Engenharia (MRVE3), em com forte queda de 12,74%, aos R$ 9,86 no período.

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As ações dessas companhias, que seguem os movimentos de forte queda no período, também foram impulsionadas por resultados piores do que o esperado, na esteira da desaceleração da economia nacional. 

Além das ações do setor imobiliário, figuraram entre as maiores quedas do benchmark da bolsa as ações ordinárias da Usiminas (USIM3) que tiveram queda de 23,38%, aos R$ 12,65.