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SÃO PAULO – Depois da fatídica queda de 40,54% na semana passada, as ações da OGX Petróleo (OGXP3) voltaram a apresentar volumosos ganhos, acumulando alta de 11,64% nesta semana. Na cabeça dos investidores que acompanham o caso vem uma dúvida: será que o mercado está reavaliando a sua resposta para o comunicado da terça-feira (25) passada, sobre a produção no campo de Tubarão Azul?
A própria empresa havia comunicado que o mercado tinha interpretado de maneira “errada” o comunicado. Em questão de dias, diversos bancos haviam cortado as projeções para a companhia – diminuindo suas recomendações e preço-alvo para OGXP3. Antes uma das mais recomendadas pelas mais diversas casas de research, os papéis da petrolífera praticamente sumiram das recomendações.
Empresa pode estar certa
É possível que a petrolífera de Eike Batista esteja certa quanto à avaliação? Na opinião de analistas que acompanham diariamente a situação da empresa, pode ser que sim. “Eu concordo em partes com a empresa, eu entendo que foi uma referência extremamente negativa para ela, mas não para tanto”, afirma Roberto Altenhofen, analista da Empiricus.
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Em questão de dias, OGXP3 estava cotada no mesmo preço em que havia iniciado o ano de 2009, quando se recuperava do baque da crise de 2008. Mas algo o mercado estava se esquecendo: o avanço que a petrolífera deu nestes anos, quando passou de uma empresa puramente pré-operacional para uma empresa produtora, com cargas vendidas e sucessos exploratórios.
“Achei demasiada essa queda, até por que há solução para o poço. Tem um custo técnico, mas tem solução”, afirma Nataniel Cezimbra, analista do BB Investimentos, lembrando também de técnicas para que se eleve a produção, como injeção de água.
Expectativas excessivas?
O erro, porém, pode estar no excesso de expectativas que foi criada em relação a empresa. Como esperava-se que a empresa teria capacidade de produzir mais petróleo do que acabou sendo divulgado, os papéis da OGX refletiam essa esperança – com o baque da divulgação, o freio foi puxado e muitos investidores “voltaram para a realidade”.
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“O preço tava refletindo muita expectativa de crescimento, e agora as ações devem começar a refletir o fluxo de caixa da companhia”, afirma Cezimbra. Ele mostra, porém, que há dificuldades para avaliar perfeitamente a perspectiva para a OGX, já que precisa de dados técnicos para que consiga acontecer o que está acontecendo – e que a empresa precisa divulga-los para que o case da petrolífera consiga ser entendido de vez por todas.
Cedo demais para julgar
Para Altenhofen, seria prematuro demais fazer estimativas sobre o futuro da companhia. Para ele, dois poços são uma amostra muito pequena para se entender o comportamento da produção futura da companhia – sobretudo em outros campos. “A empresa está em uma fase completamente embrionária. Há uma curva de aprendizagem, e nesse ponto, foi uma lição para o management da companhia, foi uma evolução”, diz Altenhofen.
Já Cezimbra prefere esperar que a empresa venda uma segunda carga de barris de petróleo para tirar conclusões, lembrando que a perspectiva para OGX não é ruim. “A empresa tem bastante valor, possui vários poços perfurados com sucesso, e tem custos menores com logística, já que seus poços são em águas rasas”, afirma o analista do BB.
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Crise de confiabilidade
Uma coisa é certa: se a avaliação do comunicado foi errada ou não, o fato é que isso gerou dúvidas sobre a empresa. “Houve uma crise de credibilidade, tanto que isso respingou nas outras empresas do grupo ‘X’. O mercado agora deve ser mais cético em relação aos comunicados da OGX”, ressalta o analista da Empiricus.
A credibilidade foi tão abalada que houve quem cogitasse a falência da OGX durante a teleconferência organizada pela empresa com o mercado após o comunicado – para esclarecer o ocorrido. “Isso não faz sentido. A empresa tem R$ 6 bilhões em caixa”, destaca Altenhofen. Com o pior do pessimismo para trás, será que a terceira ação mais importante do índice volta a subir?