Intenção de consumidor em comprar à vista cai e a prazo cresce em agosto

De acordo com economista da ACSP, queda na intenção de comprar à vista é decorrente da redução da renda disponível

Flávia Furlan Nunes

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SÃO PAULO – A intenção dos consumidores em comprar a prazo, medida pelas consultas feitas ao SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito), aumentou 3,7% em agosto, em relação ao mesmo período do ano passado, revela levantamento divulgado nesta segunda-feira (1) pela ACSP (Associação Comercial de São Paulo).

Considerando as consultas feitas ao SCPC Cheque, que mostram a intenção dos consumidores em comprar à vista, percebe-se queda de 0,2% no mesmo período. De acordo com o economista da ACSP, Emílio Alfieri, o que acontece é que a renda disponível do brasileiro – a que sobra depois do pagamento das contas – tem diminuído e, por isso, sobra menos para as compras à vista.

Outro ponto citado por ele, para a queda da intenção de comprar à vista, foi a temperatura alta neste inverno. “O cheque é usado em vestuário e calçado e não fez tanto frio, então ninguém se animou para comprar roupa de inverno”, afirmou o economista.

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Análise mensal

As compras a prazo também foram destaque, quando analisados os meses de julho e agosto deste ano. Na comparação mensal, o levantamento mostra que o SCPC teve queda de 6,7%, enquanto o SCPC Cheque registrou redução de 5,3%.

De acordo com Alfieri, se forem consideradas as médias diárias de consultas, há um movimento contrário, já que houve crescimento de 3,7% no SCPC Cheque e de 7,6% no SCPC. “Apesar do aumento dos juros, os prazos não foram afetados. As pessoas não sentiram ainda o aumento dos juros”.

Inadimplência

Ainda segundo o levantamento, houve um aumento de 12,7% no número de registros recebidos no cadastro de inadimplentes do SCPC em agosto, na comparação com o mesmo mês de 2007. Na comparação mensal, o avanço foi de 14,4%. Já a quantidade de cancelamentos de débitos elevou-se em 10,1% no mês de agosto, em relação ao mesmo mês de 2007 e em 14,9% na análise mensal.

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Segundo Alfieri, na análise mensal, o número de cadastros recebidos e cancelados está muito próximo, o que remete a uma estabilidade da inadimplência. Porém, na comparação anual, pode-se perceber que o índice tem se elevado. “Não é um nível alarmante, mas a gente continua com um sinal amarelo”, afirmou.

A inadimplência líquida (registros cancelados menos os recebidos, dividido pelo número de consultas de três meses atrás) ficou em 5,8% em agosto do ano passado, o que significa que, do crédito concedido, perdeu-se esta proporção do faturamento. Em agosto deste ano, o índice passou para 6,7%, enquanto em julho estava em 6,3%. Para se ter uma idéia, em abril de 1999, a inadimplência líquida era de 20,2%.

Como em todo o ano, Alfieri acredita que, nos próximos meses, a inadimplência irá cair, em decorrência do pagamento do décimo terceiro salário, mas deve subir em março, depois das compras de Natal.

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