Cadastro Positivo não será aprovado este ano, diz Serasa

Executivo diz não entender como uma lei tão benéfica não recebe do Congresso a atenção que merece

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – “2010 será um ano muito promissor para a questão do crédito no Brasil e nós prevemos um crescimento significativo, porém, o cadastro positivo – apontado pelos especialistas como fundamental para garantir um maior desenvolvimento do crédito no País – não será aprovado”. A afirmação é do presidente da unidade de negócios pessoa física da Serasa Experian, Laércio de Oliveira Pinto.

“Este é um ano eleitoral e a agenda do Congresso, infelizmente, vai ser pautada por questões políticas e o cadastro positivo, mais uma vez, não terá a atenção que merece, e não será implantado até o final do ano”, afirmou durante o Congresso “O crédito em debate”, que está sendo realizado nesta terça-feira (20).

Benefícios
Segundo o especialista, é bastante difícil entender porque uma lei de total relevância para a economia nacional demore tanto para ser aprovada. “Com o cadastro, a inadimplência cairia 45%, o que ajudaria muito a reduzir os spreads”.

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Oliveira Pinto disse ainda que as economias que possuem o cadastro positivo conseguiram fazer o crédito crescer significativamente. No Brasil, ele estima que, com a aprovação, 26 milhões de consumidores nacionais, que atualmente fazem parte do mercado informal de trabalho, entrariam no mercado de crédito.

“Com tantas vantagens só posso dizer que não entendo porque há tanta dificuldade em se aprovar uma lei que beneficia o credor e o tomador”.

Pressão inflacionária
Apesar da dificuldade na aprovação do cadastro positivo, o executivo Oliveira Pinto acredita que este será um ano significativo para o crescimento do crédito, embora admita certa preocupação com a pressão inflacionária no segundo semestre do ano. “Já recuperamos o patamar pré-crise. Mas vivemos diante de um cenário de provável aumento da taxa Selic que pode limitar esse crescimento”.

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O presidente da Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), Adalberto Savioli, explicou que, com uma taxa básica de juros mais alta, as empresas têm custos maiores para produzir seus produtos e precisa vendê-los mais caros, o que faz com que os consumidores comprem menos e tomem menos crédito. “A pressão inflacionária é bastante negativa para o mercado de crédito, mas temos que esperar para ver o que o Copom vai decidir na próxima semana”.

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