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SÃO PAULO – Iniciando o dia com volatilidade, o Ibovespa se firmou no campo negativo durante a tarde e encerrou o dia com queda de 0,49%, aos 53.307 pontos. O principal fator para este desempenho do índice foi a forte queda dos papéis da Petrobras (PETR3; PETR4). Juntos, os dois ativos da companhia representam 10,5% do benchmark da bolsa.
O desempenho negativo da petrolífera ocorre após a presidente da companhia, Graça Foster, afirmar, na véspera, que não há sinalização de reajuste de combustíveis neste ano. Questionada sobre a possibilidade de a estatal ficar sem aumentar o preço de gasolina e diesel até o fim deste ano, Foster desconversou, afirmando que “faz parte da rotina cuidar da Petrobras”.
Além disso, a presidente afirmou que não irá divulgar ao mercado suas projeções de lucro futuro (guidance), rebatendo a declaração do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que afirmou que a petrolífera teria lucro de mais de R$ 20 bilhões este ano. Os papéis ordinários da companhia recuaram 3,49%, a R$ 16,86, enquanto os preferenciais registraram desvalorização de 2,19%, a R$ 17,85.
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Embraer cai 5% com visão negativa de bancos
Com a segunda maior queda desta quinta-feira (12), as ações da Embraer (EMBR3) fecharam com desvalorização de 4,98%, a R$ 19,10 – próximo do mínimo do dia, quando caíram 5,57%. Esse é o segundo dia que as ações figuram no negativo. Na véspera, os ativos caíram 2,19%.
De acordo com informações do Broadcast, operadores afirmaram que o Goldman Sachs é o principal vendedor do papel nesta sessão, seguido por Gradual e Credit Suisse. “O que se fala é que o banco, após conversa com a empresa, está com uma visão não muito animadora para o trimestre”, explica.
Tim recua em meio a rumores de venda
A TIM (TIMP3) figurou entre as maiores quedas desta quinta mesmo em meio a rumores sobre uma possível venda de sua controladora na Itália, a Telco. Os ativos da companhia de telecomunicação fecharam o pregão com queda de 3,86%, a R$ 9,71.
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De acordo com analistas do Credit Suisse, o dia 28 de setembro será um dia crucial nesta negociação, já que é a data limite para que os investidores se decidam sobre a venda da empresa. Especialistas falam na possibilidade de venda da TIM Brasil, mas a equipe do Credit acha difícil que isso aconteça já que questões regulatórias provavelmente levariam o Cade e a Anatel a vetarem o negócio.
Setor financeiro fecha no vermelho
No mesmo sentido, os bancos fecharam no vermelho nesta sessão, com as ações do Banco do Brasil (BBAS3, -1,72%, R$ 23,78), Bradesco (BBDC3, -1,76%, R$ 34,07; BBDC4, -1,92%, R$ 29,56), Santander (SANB11, -0,63%, R$ 14,20) e Itaú Unibanco (ITUB4, -0,23%, R$ 30,83).
Apesar do desempenho negativo, a inadimplência perdeu fôlego em agosto. O índice recuou 5,5%, na comparação com o mês anterior. Esse é o terceiro mês consecutivo de queda e a menor variação para um mês de agosto desde 2004.
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Ainda no setor financeiro, as ações da BM&FBovespa (BVMF3) caíram 2,14%, a R$ 12,36. Na noite da véspera, a bolsa anunciou a nova metodologia do índice, que terá validade a partir de janeiro do ano que vem.
Varejistas e imobiliárias sobem
Do lado positivo, as empresas de varejo ganharam destaque. As ações da B2W (BTOW3, R$ 16,09, +1,39%), Hering (HGTX3, R$ 33,53, +1,70%) e Lojas Renner (LREN3, R$ 65,15, +1,16%) respondem positivamente à alta de 1,9% nas vendas no varejo brasileiro em julho.
Analistas ouvidos pela Reuters previam que as vendas varejistas teriam alta de 0,2% ante o mês anterior, segundo mediana de 25 projeções, que variavam entre queda de 0,4% e alta de 2,5%. Fora do índice vale destacar também o desempenho da Magazine Luiza (MGLU3, R$ 6,70, +2,45%), Marisa (AMAR3, R$ 21,92, +5,38%) e Guararapes (GUAR3, R$ 85,03, +2,43%).
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Também na ponta positiva, destaque para as ações do setor imobiliário. Os papéis da MRV Engenharia (MRVE3, +2,39%, R$ 9,43), PDG Realty (PDGR3, +3,57%, R$ 2,32) e Rossi (RSID3, +3,45%, R$ 3,00) fecharam em ganhos após dois pregões de quedas.
Renar Maçãs dispara 31%
Fora do Ibovespa, o destaque fica com as ações da Renar Maçãs (RNAR3), que disparam 31,25%, a R$ 0,21. A empresa informou, na véspera, que o conselho de administração aprovou a redução do passivo da empresa, junto ao banco Safra, no valor de R$ 23,17 milhões através de alienação de ativos.
Em comunicado, a empresa disse que essa redução representa 30,6% do total de endividamento bancário da companhia e, consequentemente, uma redução de pagamento de juros de aproximadamente R$ 6 milhões em dois anos.