Plano da Energisa pelo Grupo Rede depende de refinanciamento de dívida

Refinanciamento das dívidas de credores mais investimentosfaz parte do Plano da Energisa pelo Grupo Rede. Saiba mais sobre a proposta!

Reuters

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SÃO PAULO – A proposta da Energisa (ENGI11) pelo Grupo Rede Energia (REDE3, REDE4), em recuperação judicial, depende da adesão mínima de credores a opções de recebimento da dívida que incluem refinanciamento, conforme mostrado em assembleia de credores nesta quarta-feira.

A proposta, que busca concorrer com a já apresentada por CPFL e Equatorial, propõe o pagamento dos credores em até 22 anos, com diversas opções de pagamento e, segundo a Energisa, tem valor presente entre 650 milhões a 700 milhões de reais maior que a concorrente.

O plano da Energisa ainda propõe um investimento total de 1,95 bilhão de reais para pagar credores e outros 1,1 bilhão para investimento nas empresas do grupo, para atender compromisso estabelecido com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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A CPFL (CPFE3) e a Equatorial (EQTL3), que tinham contrato de compromisso de compra firmado com o atual controlador do Grupo Rede, oferecem 1,8 bilhão de reais para pagamento aos credores e outros cerca de 773 milhões de reais para investir nas empresas.

“As duas propostas são ruins ainda”, disse o advogado dos bondholders do Grupo Rede, Eduardo Mattar, a jornalistas, antes da assembleia.

A Energisa propõe diversas propostas de pagamento aos credores, sendo 850 milhões de reais direcionados aos credores com garantia real e 1,1 bilhão de reais aos quirografários.

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Os credores com garantia real têm opção em receber o total da dívida em um prazo de 22 anos, corrigida por taxa de referencia (TR)+ 2 por cento ao ano.

A segunda opção é o recebimento da dívida em 22 anos, corrigida por TR + 4 por cento ao ano, desde que o credor aceite em aportar dinheiro novo referente a 90 por cento do valor de sua divida à Energisa, em um financiamento de 20 anos, carência de 12 anos, com TR + 7 por cento. A opção C prevê o pagamento ao credor da divida à vista, com desconto de 75 por cento.

Os credores quirografários poderiam optar também entre 3 opções. A primeira estima pagamento da divida sem desconto em 22 anos, com juros de 1 por cento ano.

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A opção B prevê o pagamento da divida em 22 anos, corrigida por IPCA + 1 por cento, com aporte novo pelo credor de 90 por cento do valor de sua divida, a ser financiado em 20 anos, com juros de 3,5 por cento ao ano e carência de 4 anos. A terceira opção prevê o pagamento da divida com 75 por cento de desconto, à vista.

Os advogados da Energisa mencionaram que a proposta só seria válida se no mínimo credores com garantia real com divida somada equivalente a 700 milhões de reais aderirem à segunda opção de recebimento da divida, que inclui aporte de capital.

Ainda, credores quirografários com dívidas somadas de pelo manos 1,5 bilhão de reais terão que aderir à terceira opção correspondente, de desconto de 75 por cento na dívida, para que Energisa leve o plano adiante.

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A Energisa pede 60 dias para que os credores possam se pronunciar e ela confirme a proposta, o que foi criticado pela advogada do Grupo Rede durante a assembleia.

O prazo de recuperação judicial do Grupo Rede finda em 15 de julho e as distribuidoras do grupo que estar sob intervenção da Aneel têm que ser assumidas por um novo controlador até 30 de agosto. Esse é o prazo do fim do período de intervenção nas companhias, quando a concessão das empresas poderá caducar.