Depois dos atentados nos EUA, o que acontece com a economia mundial?

Os mercados internacionais assistiram perplexos os acontecimentos desta terça-feira nos EUA

Equipe InfoMoney

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Os mercados internacionais assistiram perplexos os acontecimentos desta terça-feira nos EUA, em dia que ficou marcado por uma série de atentados terroristas, que atingiram pontos estratégicos para o país e para toda a sociedade ocidental. Depois de seguidos atentados terroristas, o prédio comercial mais famoso do mundo, o World Trade Center veio abaixo. O Pentágono, que é o símbolo da inteligência do governo norte-americano, também terminou o dia em chamas, assim como a sede do legislativo, o Capitólio. O saldo de mortes possivelmente supera o que foi registrado na segunda guerra mundial quando um ataque japonês à base aérea de Pearl Harbor causou a morte de 2,4 mil norte-americanos.

O que acontece com o mercado após os atentados?

Muito provavelmente as conseqüências serão negativas para a economia global como um todo. É possível que os termos que têm levado à globalização sejam revistos, já que o que antes era imaginado como inconcebível, simplesmente aconteceu. O melhor sistema de segurança mundial foi quebrado, o que irá redefinir a estratégia norte-americana com relação ao resto do mundo. Os primeiros impactos já podem ser sentidos pela valorização das moedas européias frente ao dólar, sobretudo o euro, a libra esterlina e o franco suíço. Além disso, haverá uma supremacia nos mercados dos EUA das ações ligadas ao setor de defesa, aguardando a resposta do país ao ocorrido.

O preço internacional do petróleo também dispara, já que existe a possibilidade do envolvimento de ativistas islâmicos radicais aos atentados. Neste sentido, os maiores produtores de petróleo do mundo estão localizadas no Oriente Médio, o que pode influenciar no abastecimento mundial da commodity. Mesmo porque, os EUA são os maiores compradores mundiais de petróleo, sendo em grande parte suprida pela produção da região. Sendo assim, outras altas devem envolver ações de empresas ligadas ao setor. Em contrapartida, a OPEP já anunciou sua disposição em ampliar a produção dos países membros para atender à demanda e suprir falhas no fornecimento.

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Do lado contrário, em um primeiro instante as ações de seguradoras caíram, com os investidores preocupados com o que será exigido delas para suprir os estragos que os atentados geraram. Neste sentido, na Europa, ações de seguradoras como a Swiss Re e a Münich Re, que possuem em seus portfólios grandes contratos de resseguros, inclusive com clientes norte-americanos, despencaram.

Os ataques deverão ampliar o pessimismo, causando uma maior intensificação da recessão mundial, seguida por uma provável retração de indicadores econômicos, como os de confiança dos consumidores e dos gastos da população. Com a queda do consumo, que até então era um dos alicerces para a contensão da desaceleração econômica norte-americana, e por conseqüência o que tem evitado a recessão mundial, é provável que o cenário fique ainda mais negativo.

E quanto ao Brasil?

As economias emergentes como a brasileiras deverão sofrer com a maior aversão ao risco dos investidores estrangeiros. Neste cenário, o investimento em títulos públicos do Tesouro norte-americano, que são considerados ativos de risco zero, deverá ser priorizado; enquanto os investimentos de maior risco tendem a ser revistos. Sendo assim, o mercado brasileiro deve intensificar sua deterioração iniciada com as crises energética e da Argentina por um período ainda incerto, até uma possível recuperação.

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É inevitável o contágio do pessimismo ao mercado brasileiro, o que possivelmente deve levar a uma alta do dólar, com possível aumento nos juros e intensificação da queda das ações. Neste contexto, as ações de empresas de petróleo, em especial as da Petrobras, podem se valorizar. Contudo, é provável que a tendência de queda do setor de telecomunicações ainda se faça presente. Incerto será o desempenho das empresas exportadoras, como Vale do Rio Doce, Aracruz, Embraer, etc, que serão influenciadas pela menor demanda pelos produtos no exterior, mas devem se beneficiar da alta do dólar.

Em um cenário de desaceleração da economia mundial que, no curto prazo pode levar a uma recessão, afetando também o crescimento da economia brasileira, é possível que o Banco Central seja forçado a manter a taxa básica de juros nos atuais patamares. Por outro lado, o menor fluxo de investimentos externos, que deve levar a uma alta no dólar, pode exigir que o BC pratique altas taxas para minimizar o risco de inflação e garantir a atratividade do mercado brasileiro aos investidores internacionais.

Contudo, para direcionar o investimento é necessário um pouco mais de clareza na conjuntura internacional, já que o principal divisor de rentabilidades em períodos de incertezas é justamente a exata noção da melhor hora de entrar e sair do mercado. O melhor a fazer em momentos bastante incertos como o atual é manter a calma e evitar qualquer atitude precipitada em relação aos seus investimentos.

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