Enquete: somente 18% dos leitores acreditam que Ibovespa já atingiu a mínima

Por outro lado, 49% acreditam em trajetória negativa do Ibovespa; equipe da XP Investimentos sugere cautela

Fernando Ladeira

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SÃO PAULO – Durante o mês de julho a aversão ao risco por parte dos investidores se incrementou enquanto a data limite para que o Congresso norte-americano aprovasse a elevação do teto da dívida se aproximava, pressionando o Ibovespa, que alcançou a marca dos 58.823 pontos no fechamento do último pregão do mês.

No entanto, após o final das negociações de 10 de agosto o Ibovespa já marcava 51.395 pontos, número 12,63% menor que no final do mês anterior. Na opinião de leitores da InfoMoney que responderam à enquete “Você acha que os eventos dos últimos dias indicam que…?” o cenário futuro também não é otimista.

Ibovespa continuará trajetória negativa
Cerca de 49% das respostas indicam que o índice continuará a marcar novas quedas, sendo que 22% responderam que as pontuações mínimas de 2008 serão rompidas. Com grande número de respostas, 25% dizem ser impossível saber o que vai acontecer com a bolsa daqui para a frente, enquanto 8% acreditam na estabilização dos mercados nos níveis atuais.

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Apenas 18% das respostas sinalizam para o fato de que o Ibovespa já atingiu a mínima e, agora, o momento é aproveitar as oportunidades, uma vez que os múltiplos de algumas empresas do Ibovespa já se aproximam do mesmo patamar registrado em 2008.

Segundo relatório elaborado pela equipe da XP Investimentos, o cenário mundial passa por um processo de revisão das expectativas de crescimento global, em especial quanto às economias desenvolvidas que enfrentam elevado endividamento.

EUA e Europa abalam os mercados
A queda abrupta do Ibovespa neste período de dez dias ocorre simultaneamente à uma série de notícias que se acumularam nos últimos dias, com grande atenção para o inédito corte do rating da dívida soberana dos EUA de AAA para AA+ pela Standard & Poor’s, a qual ainda manteve uma perspectiva negativa para a nota, mesmo após a aprovação da elevação do teto da dívida pública norte-americana.

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Ao mesmo tempo, a crise na Europa continua em foco e ganha novos contornos uma vez que nomes de países com grande relevância econômica para os mercados internacionais, como Itália, Espanha e França cada vez mais participam dos noticiários.

Inclusive, tal agravamento levou o BCE (Banco Central Europeu) a participar ativamente do mercado secundário de títulos, de modo a reduzir o yield em títulos da dívida da Espanha e da Itália, fato que possibilitou à esta se financiar em € 6,5 bilhões a um yield menor que a da última emissão, de julho.

Entre tantas notícias, rumores também participam do mercado e aumentam a instabilidade dos mercados, tal como ocorreu na última quarta-feira, quando boatos sugeriam que alguma agência de classificação de risco cortaria o rating da França – fato que não ocorreu, mas levou as bolsas internacionais a fortes quedas, apesar da ligeira alta do Ibovespa no pregão.

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Momento sugere cautela
Portanto, a XP Investimentos revela acreditar estar “surgindo um ponto de compra bastante interessante”, mas alerta que o momento requer cautela. Até porque, complementa, apesar do país estar mais preparado a um choque que em 2008, é difícil responder se a crise externa seria uma “marolinha” desta vez, pois não há como prever a magnitude e a durabilidade desta.

Deste modo, a equipe da corretora recomenda “cautela aos investidores, tomando atitudes moderadas em seus movimentos, independentemente de compra ou venda. Importante no momento, evitar alavancagens, procurar utilizar-se de derivativos defendendo posições e, acima de tudo, filtrando as boas empresas em meio ao cenário adverso”.

Você acha que os eventos dos últimos dias indicam que:
Opção Respostas
A queda deve continuar, mas em ritmo menos acelerado 27%
Impossível prever, tudo pode acontecer 25%
Os mercados seguirão em forte queda, rompendo as baixas de 2008 22%
Já tocamos as mínimas, agora é aproveitar a oportunidade 18%
Os mercados devem se estabilizar nos níveis atuais 8%
Fonte: enquete realizada pelo portal InfoMoney com 2.233 votos