Petrobras sobe 6% após 4 quedas; Vale apaga alta de 6% e fecha na mínima do dia

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta quinta-feira

Paula Barra

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SÃO PAULO – O Ibovespa teve pregão de alta nesta quinta-feira (21), com a Petrobras segurando praticamente durante toda a sessão o índice no positivo, enquanto os papéis da Vale, que chegaram a subir 6%, perderam força e encerraram em alta. 

O otimismo da estatal na parte da tarde foi sustentado pelo rali do petróleo, que passou a subir forte após dados dos estoques do petróleo dos Estados Unidos e incêndio na Líbia. O petróleo brent encerrou em alta de 5,49%, a US$ 29,41, um movimento que levou a Petrobras para ganhos de até 9% na máxima do dia – conquistando sua primeira alta após quatro pregões seguidos de perdas. 

As exportadoras do setor de papel e celulose – Fibria e Suzano – também subiram forte hoje, puxadas pela alta do dólar após reunião do Copom (Comitê de Política Monetária). O dólar encerrou a R$ 4,1655, no maior fechamento da história. Economistas do UBS já veem a moeda bater R$ 4,30 daqui a três meses e R$ 4,50 até o fim do ano. 

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Do lado oposto, as ações das educacionais caíram forte, em meio à estimativa de dados novamente ruins este ano, depois do 2015 já penalizado pelo Fies. As ações da Estácio afundaram pelo oitavo pregão seguido e bateram mínima desde outubro de 2012.

Confira os principais destaques de ações da Bovespa nesta sessão:

Petrobras (PETR3, R$ 6,30, +6,24%; PETR4, R$ 4,53, +2,26%)
As ações da Petrobras subiram forte, com as ordinárias atingindo alta de 9,11% na máxima do dia, em meio à disparada dos preços do petróleo no mercado internacional. Essa foi a primeira alta da estatal após quatro pregões seguidos de perdas.

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Além do petróleo, um relatório um tanto “tranquilizador” do Itaú BBA para a estatal traz ânimo. O banco vê um impacto limitado da queda do petróleo no Ebitda da Petrobras. “Para a Petrobras, ao contrário das empresas de óleo regulares, a queda nos preços do petróleo provavelmente terá um impacto limitado sobre o Ebitda de 2016”, segundo relatório de analistas. Aproximadamente 60% da receita da estatal não é atrelada aos preços do petróleo. 

Além disso, a Folha de S. Paulo destacou ainda que o preço alto dos combustíveis da Petrobras faz as empresas importarem diesel. As distribuidoras de combustíveis têm aproveitado o alto preço do diesel vendido pela estatal para ampliar seus lucros com a importação do produto por conta própria. O Brasil importa diesel porque não tem capacidade para produzir todo o volume necessário para abastecer o mercado. No ano passado, foram importados 6,94 bilhões de litros, o equivalente a 13% do consumo interno.

Destaque ainda sobre os planos do governo para incentivar o setor de petróleo e gás.  O ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, disseontem que o governo deve anunciar na próxima semana medidas de incentivo a novos investimentos no setor de petróleo e gás no Brasil. Uma entrevista coletiva para detalhar o plano está prevista para o dia 26. Uma das ações estudadas é a manutenção do sistema para definir o preço mínimo do petróleo para cálculo do valor de royalties e participação especial pago por empresas do setor de óleo e gás, segundo informa o G1. 

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Já segundo o jornal Valor, o CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) publicará resolução, ainda esta semana, que mantém a metodologia de cálculo de royalty e participação especial cobrados na produção de petróleo, informou fonte do governo.

Vale e siderúrgicas
Ações da Vale (VALE3, R$ 9,42, +2,28%; VALE5, R$ 7,05, +1,44%) perderam força nesta tarde depois de atingirem alta de 6% no caso das ordinárias, e fecharam no negativo. Seguiram o movimento os papéis da Bradespar (BRAP4, R$ 3,12, -2,50%), holding que detém participação na Vale, enquanto as siderúrgicas encerraram entre ganhos e perdas. CSN (CSNA3, R$ 3,32, +3,11%) sustentou ganhos, enquanto Usiminas (USIM5, R$ 0,98, -3,92%) virou para queda, assim como Gerdau (GGBR4, R$ 3,31, -2,65%). 

Apesar da alta, a Vale e Arcelor Mittal Brasil tiveram suas atividades suspensas no Pier II (minério de ferro) e Pier de carvão, ambos no Espírito Santo, até posterior deliberação, segundo o texto da decisão judicial, de 19 de janeiro. A Vale disse que recebeu “com surpresa”, na manhã desta quinta-feira, notificação da Polícia Federal sobre a decisão judicial que determinou a suspensão temporária da atividade, segundo comunicado por e-mail.

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Elétricas
As ações da AES Tietê (TIET11, R$ 11,70, +5,41%) dispararam até 7,48% (R$ 11,93), após BTG Pactual elevar recomendação das units para compra, considerando um dividend yield (dividendos/ação) de 13%. Os papéis da companhia – que são resultados de uma mutação concluída em dezembro – vinham de queda de 23% em janeiro. Em 30 de dezembro, a AES Tietê, com ticker GETI4, deixou de existir na Bolsa, ao ser incorporada pela Companhia Brasiliana de Energia. Os papéis então se transformaram este mês em TIET11, que representam os depósitos de ações (“units”) da emissão da Companhia Brasiliana de Energia, que passou a ser chamada de AES Tietê Energia. 

O relatório do banco engloba outras elétricas, com destaque para o fato de que há um tempo não se via papéis que pagam dividendos tão altos com uma performance tão fraca. Dada essa distorção, eles aproveitaram para rever os modelos de outras elétricas, além da AES Tietê, sendo: Taesa (TAEE11, R$ 15,40, +1,99%), Alupar (ALUP11, R$ 10,82, -1,50%) e Transmissão Paulista (TRPL4, R$ 40,95, -0,61%), que  segue como sua top pick no setor.  

Sobre Taesa, o banco vê uma taxa interna real de 11,5% e dividend yield acima 13%, lembrando ainda que este é um papel que se beneficia da inflação mais alta (cenário provável).

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Já Alupar, o BTG ressaltou que traz um risco/retorno maior (citando como o mais arriscado desse ‘call’), mas que também negocia a um desconto sobre a Taesa, o que em parte explica isso. Eles projetam um dividend yield acima 10%, com portfólio de longo prazo.

Para fechar, eles veem Transmissão Paulista como o melhor hedge de inflação do setor. Adicional a isso, com a decisão de ontem do BC, papéis com proteção inflacionária como os nomes acima se favorecem.

BM&FBovespa e Cetip
A fusão entre BM&FBovespa (BVMF3, R$ 10,08, -1,66%) e Cetip (CTIP3, R$ 37,29, -0,51%), que estava banho maria desde o ano passado, pode ganhar novos rumos a partir de hoje, com a reunião do conselho de administração da BM&FBovespa para discutir o tema da fusão ocorrendo nesta quinta-feira. 

Para o BTG Pactual, a visão segue a mesma, isto é, mesmo com a piora do mercado, a Bolsa deve vir com uma nova proposta, em um valor acima de R$ 39,00 por ação. Esse foi o valor oferecido pela Bolsa dia 16 de novembro para a Cetip, mas recusado por ela dia 3 de novembro – exatamente um mês após a notícia de fusão começar a circular no mercado. 

Educacionais
A Citi Corretora divulgou hoje relatório sobre educacionais, adotando novamente uma postura mais conservadora, em meio ao cenário macroeconômico desafiador, o que pode impedir expansão dessas empresas. Os analistas cortaram, em média, em 5% a receita líquida estimada para o setor até 2017, enquanto Ebitda e lucro foram reduzidos em 8%.

Apesar disso, eles elevaram o preço-alvo das ações da Kroton (KROT3, R$ 8,05, -1,83%), de R$ 9,40 para R$ 10,20, mas mantiveram a recomendação em neutra.

Na Bolsa, as demais ações do setor registram queda hoje: Estácio (ESTC3, R$ 11,15, -2,19%), Anima (ANIM3, R$ 9,80, -1,01%) e Ser Educacional (SEER3, R$ 6,22, -4,60%). Os papéis da Estácio marcavam hoje sua oitava queda seguida na Bolsa, renovando mínima desde 2012, enquanto as ações da Ser marcavam sua mínima histórica.   

Exportadoras
As ações das empresas com perfil exportador, como é o caso das voltadas para o setor de papel e celulose Fibria (FIBR3, R$ 45,07, +4,67%) e Suzano (SUZB5, R$ 15,29, +3,10%), disparam com a escalada do dólar nesta sessão e perspectiva de que a moeda se valorize ainda mais este ano após decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de manter a Selic em 14,25% ao ano. Esses dois papéis, que figuram hoje como as maiores alta dos Ibovespa, caíram forte nos últimos dias e bateram ontem no menor patamar desde julho de 2015.   

Pão de Açúcar (PCAR4, R$ 33,50, -4,88%)
As ações do Grupo Pão de Açúcar caem após anúncio de dois novos executivos para a área de Multivarejo, braço do varejo alimentar que inclui as bandeiras Extra e Pão de Açúcar, além dos mercados de pequeno porte Minimercado Extra e Minuto Pão de Açúcar.

Para a Citi Corretora, apesar dos novos executivos terem uma forte experiência no setor de varejo de alimentos, há um receio de que adicionando outros executivos abaixo do CEO, Ronaldo Iabrudi, o efeito pode ser mais prejudicial do que bom, especialmente no curto prazo. Os analistas citam uma estrutura já pesada no grupo, criada em 2014, com um gestor dedicado a cada marca, enquanto o cenário macroeconômico permanece desafiador. A corretora manteve recomendação neutra para a ação. 

O BTG Pactual também comentou que segue em cautela com o case, acreditando que a combinação de cenário macroeconômico, competição e risco de governança vão continuar pressionando o resultado no curto prazo. No ano, as ações da companhia já caem 15%.  

Em comunicado ao mercado, a companhia informou que foi nomeado Luis Moreno para o cargo de diretor vice-presidente de Negócios (CEO) do Multivarejo e também Marcos Samaha para o cargo de diretor de Operações (COO) da divisão.

Gol (GOLL4, R$ 1,18, -7,81%)
As ações da Gol seguiram derrocada na Bolsa depois de tentativa de respiro na véspera, em meio a um relatório do Bradesco que ressaltava que via como possível uma fusão da companhia com Azul ou Delta, o que poderia levar a uma alta de 50% nos papéis. A análise até gerou ruído no começo do pregão, com a ação subindo 10% na parte da manhã, mas os papéis fecharam praticamente no zero-a-zero. Hoje, no entanto, voltam a cair forte, acumulando queda de 53% no ano, renovando mínima histórica. 

Helbor (HBOR3, R$ 1,51, +0,67%)
A Helbor viu seus lançamentos registrarem queda de 38,7% no quarto trimestre de 2015 em relação ao terceiro ao somar R$ 69,6 milhões em valor geral de vendas (VGV), e 78,2% na comparação com igual período de 2014. O VGV parte Helbor totalizou R$ 48,8 milhões, queda de 38,7% em relação ao terceiro trimestre e de 80,1% na base de comparação anual.

Já as entregas no quarto trimestre foram de R$ 431,8 milhões no total e R$ 361,8 milhões na parte Helbor, na época do lançamento.

MRV Engenharia (MRVE3, R$ 8,28, +2,22%)
A MRV Engenharia espera que 2016 seja um ano com vendas e lançamentos de imóveis em níveis semelhantes ou um pouco melhores que 2015, apesar dos desafios impostos pela economia do país, disse o presidente da construtora e incorporadora, Rafael Menin, nesta quarta-feira. A empresa divulgou que encerrou 2015 com queda de 8,6 por cento nas vendas de imóveis residenciais, a 5,489 bilhões de reais, enquanto os lançamentos tiveram crescimento de 8,4 por cento, a 4,7 bilhões. 

Considerando apenas o quarto trimestre, as vendas caíram 7,1% no comparativo anual, mas avançaram 5,2 por cento sobre os meses de julho a setembro, a 1,378 bilhão de reais. Já os lançamentos subiram 35,1 por cento ano a ano e 56 por cento sobre o terceiro trimestre de 2015, para 1,631 bilhão de reais. O BTG Pactual destacou, em relatório, que os números da construtora foram sólidos, com o perfil de renda mais baixa ainda tendo uma boa performance. Os analistas do banco seguem com recomendação neutra para a companhia, com preço-alvo de R$ 9,50. 

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