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SÃO PAULO – O dólar disparou no primeiro semestre deste ano. De janeiro até o final de junho, a moeda norte-americana subiu quase 8% beneficiando os investidores que apostavam na desvalorização do real. Mas, de julho pra cá, o preço da moeda voltou a andar de lado.
De acordo com Felipe Pellegrini, gerente de operações do Banco Confidence, a crise econômica que afeta o mundo e principalmente alguns países da Europa foi o principal causador da valorização do dólar nos primeiros seis meses do ano. “Países como Espanha, Portugal e Grécia causaram forte turbulência na economia mundial e até agora não foram encontradas soluções para esses países”, diz.
Já Luiz Monteiro, Diretor de Renda Fixa da Queluz, lembra que a moeda estava com o preço muito baixo. “Ele (o dólar) estava muito desvalorizado em relação às outras moedas e o que aconteceu foi uma correção dessa moeda”, diz.
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Após subir, não só ó dólar mas outras moedas também estagnaram. “O dólar subiu bastante e acompanhou o movimento lá de fora, onde eles estudam soluções para a Grécia. E enquanto eles discutem como tirar o país dessa crise, a moeda acabou ficando um pouco de lado”, argumenta Pellegrini.
Vale investir?
Para o gerente do Banco Confidence, investir em dólar não é uma boa alternativa devido à sua alta volatilidade. Ele apenas aconselha a compra de dólares para viajantes, ressaltando que se compre sempre aos poucos, para não sofrer com uma possível desvalorização cambial.
Defendendo uma posição diferente, Monteiro afirma que o investidor que acredita na alta da moeda pode colocar seus recursos em uma gestora de recursos especializada. Na opinião do gestor, com as medidas que vem sendo adotadas pelo governo para desvalorizar o real e incentivar exportações, a tendência é que haja mais valorização. “No entanto, é complicado especular com moeda”, alerta.
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Já Pellegrini acredita que o dólar vai recuar um pouco para compensar a alta exagerada dos últimos tempos. “Tudo depende também da atitude do Banco Central”, aponta.
No caso de investimento para proteção de dívidas futuras na moeda (hedge), os dois aconselham a aplicação. “Uma maneira de investir, nesse caso, é através de corretoras que intermediam a compra de contratos futuros da moeda na BM&F (Bolsa de Mercadorias e Futuros), conclui Pellegrini.