1 ano dos atentados: Charlie Hebdo coloca “deus assassino” em capa e lança filme no Netflix

Semanário francês faz edição especial após um ano de ataque que matou diversos colaboradores da publicação

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Na próxima quinta-feira (7) completa um ano do atentado ao semanário satírico francês “Charlie Hebdo”, e duas novidades chegam para marcar esta data que ficará marcada em todo o mundo. A primeira é a capa da edição especial do jornal, que volta a polemizar ao colocar um “deus assassino” na primeira página.

charge trará a imagem de um deus barbudo, com um Kalashnikov e com a veste ensanguentada, seguida do título “1 ano depois, o assassino ainda à solta”. O número terá uma tiragem de quase um milhão de exemplares, sendo que uma porcentagem deles será enviada ao exterior.

A edição contará ainda com um caderno de charges das vítimas – Charb, Honoré, Cabu, Wolinski e Tignous -, assim como de outros profissionais. Entre os colaboradores externos, estão a ministra francesa da Cultura, Fleur Pellerin; atrizes, como Isabelle Adjani, Charlotte Gainsbourg e Juliette Binoche; intelectuais, como Élisabeth Badinter, a bengalesa Taslima Nasreen e o americano Russell Banks; e o músico Ibrahim Maalouf.

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O cartunista Riss, atual diretor do veículo, gravemente ferido em 7 de janeiro de 2015, assina um editoral com defendendo a laicidade, além de denunciar os “fanáticos alienados pelo Alcorão” e “devotos de outras religiões” que queriam a morte da publicação por “ousar rir do religioso”. “As convicções dos ateus e dos laicos podem mover mais montanhas do que a fé dos crentes”, escreve.

Para completar este aniversário dos atentados, a revista americana Variety afirmou que o documentário “Je Suis Charlie” entrará em cartaz também no dia 7 de janeiro no Netflix. O filme é dirigido por Daniel Leconte e Emmanuel. Leconte já está familiarizado com a revista, sendo que em 2008 ele dirigiu uma outra obra sobre as lutas na justiça de algumas publicações que fizeram representações do profeta Maomé.

Com material de arquivo dos cartunistas mortos, novas entrevistas dos sobreviventes e filmagens de manifestações após o ataque, o filme segue a equipe de Charlie Hebdo enquanto preparava a edição especial pós-ataque. “Je suis Charlie” será lançado no mundo todo na quinta-feira.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.