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SÃO PAULO – Embora tenha surpreendido pela rapidez, a decisão da Fitch Ratings de rebaixar a nota de crédito do Brasil para “junk” não chega a ser uma grande surpresa para o mercado, que já trabalhava com um cenário do País deixando o nível “grau de investimento” para as três principais agências de classificação de risco. O curioso do anúncio desta quarta-feira (16), no entanto, foi o minucioso “timing” de mercado de um economista.
Quem acompanha as notícias do terminal Bloomberg – um dos mais utilizados por bancos e corretoras – viu que o anúncio da Fitch chegou na plataforma às 12h35 (horário de Brasília). Contudo, exatos 10 minutos antes, piscou na tela a seguinte chamada: “KAWALL: NÃO SERÁ SURPRESA NOVO REBAIXAMENTO AINDA NESTE ANO“.
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O autor da frase foi Carlos Kawall, economista-chefe do banco Safra desde 2011 e ex-secretário do Tesouro Nacional durante o segundo mandato do governo Lula. Embora o consenso do mercado apontava para um corte de rating do Brasil durante o 1º semestre de 2016, um rebaixamento nesta última quinzena de 2015 ganhou forças com 3 fatores: o avanço do processo de impeachment, as mudanças constantes de metas fiscais e as incertezas que giram em torno da permanência do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.
Sorte ou não, Kawall hoje conseguiu a proeza de quase “acertar o buraco da mosca” – expressão utilizada no mercado financeiro e adaptada para uma versão “publicável” em um portal de notícias.