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SÃO PAULO – Segundo documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo divulgados nesta terça-feira (29), conversas mostram o ex-ministro da Casa Civil condenado no mensalão, José Dirceu, discutindo com interlocutores petistas as indicações dos ministérios do segundo mandato de Dilma Rousseff, apenas quinze dias após a reeleição da presidente. Ele previa dificuldades para ela.
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As discussões foram encontradas em mensagens de WhatsApp no celular de Dirceu, apreendido pela Polícia Federal no âmbito da Operação Lava Jato. “Tem que ser nomes com visibilidade e aceitação na sociedade em amplos setores de cada área, senão não acabará bem esse mandato”, afirmou Dirceu para a historiadora e militante petista Maria Alice Vieiras em 10 de novembro de 2014. Naquele período, ele cumpria sua pena por corrupção no mensalão em regime domiciliar.
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Maria Alice é ex-assessora política de Dirceu e conversava com ele sobre diversos temas da política, chegando a falar, na época, sobre a saída da ex-ministra e senadora Marta Suplicy do Ministério da Cultura, chegando a discutir a saída dela também do PT.
No diálogo, ele também critica o seu partido. “Por aqui o que se diz que ela no PT disputará prévias com Haddad, uma loucura. Samuel [Guimarães] não tem condições, acho que. Porque mesmo que todos esses processos são tão mal encaminhados?”, indaga Maria Alice. “Não acredito que o PT aceitará e cometerá de novo esse erro”, responde o ex-ministro. Segundo o jornal, Dirceu também chega a sugerir o nome do ex-prefeito de Ouro Preto (MG), Angelo Oswaldo e pede para Maria Alice falar com os petistas de Minas Gerais sobre o assunto.
A defesa de Dirceu, representada pelo criminalista Roberto Podval, afirmou ao jornal que “Dirceu foi condenado no mensalão, mas não está morto, o direito de atuar politicamente não lhe foi tirado, portanto, é obvio que o mesmo mantinha contatos com vários amigos e falava sobre política”.
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Já Maria Alice afirmou que o contato dela com Dirceu diminuiu após a condenação dele no mensalão, “mas sempre que possível conversamos e trocamos opiniões sobre episódios relacionados a política brasileira e ao PT”. Ela afirmou ainda que “não tem cargo no PT nem na Fundação”.