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SÃO PAULO – A Polícia de Portugal está investigando pessoas próximas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como ex-governantes e gestores brasileiros e portugueses, em um inquérito relacionado ao negócio fechado entre a operadora Oi (OIBR4) e a Portugal Telecom em 2010. As informações foram divulgadas pelo jornal português Público.
Segundo o jornal, pagamentos vindos de construtoras como a Andrade Gutierrez teriam aberto as portas para que o acordo entre as telecoms fosse autorizado pelo Brasil e pelas agências reguladoras. O dinheiro teria vindo de construtoras brasileiras, numa forma de quitar uma dívida que existia entre essas empresas e a Portugal Telecom, avaliado na época em 1,2 bilhão de euros. O Ministério Público português confirmou a existência de duas investigações ocorrendo em paralelo e disse que a cooperação com o MP brasileiro tem sido “constante”.
No caso da Andrade Gutierrez, citada no inquérito, seu presidente, Otávio Azevedo, é réu na Operação Lava Jato e é considerado um dos homens que permitiu o acordo entre a Oi e Portugal Telecom, numa negociação que começou em 2007.
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Segundo o Público, as investigações afetam “a abrangência dos contratos que se estabeleceram entre os círculos próximos ao ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva e os do ex-primeiro-ministro José Sócrates”.
Em janeiro, a polícia portuguesa realizou uma operação na sede da Portugal Telecom em Lisboa, com o objetivo de colher dados sobre o contato com a Oi. Segundo a revista portuguesa Sol, documentos com anotações “Portugal Telecom” foram encontradas na casa de Luís Oliveira Silva, sócio e irmão do ex-ministro José Dirceu.