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SÃO PAULO – “O banco que o mundo ama usar”. Essa é a frase que os criadores e funcionários da alemã N26, maior fintech da Europa em valor de mercado (avaliada em US$ 2,7 bilhões) usam para definir o negócio.
Para que essa definição faça pleno sentido, porém, é preciso expandir a atuação da empresa – até agora, esse “mundo” são 24 países da Europa. Parece bastante, mas eles querem mais: a meta anunciada é subir o número de correntistas de 2,5 milhões atualmente para 100 milhões no futuro. E o Brasil foi um dos primeiros lugares escolhidos nesse movimento.
No início do ano, representantes do N26 anunciaram expansão para os Estados Unidos, ainda no primeiro semestre de 2019, e, posteriormente, para o Brasil. Em conversa com o InfoMoney, Eduardo Prota, gerente geral do N26 no Brasil, foi mais preciso: a fintech chega por aqui ainda neste ano.
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Ainda em fase de ambientação, o banco digital já tem uma sede temporária em São Paulo, com dois funcionários “gringos” – mas contratações in loco, claro, fazem parte dos planos. Prota, que será o responsável por todo o negócio no Brasil, usará sua experiência para montar esse time. Entre outros tempos, ele fundou a empresa de caronas Tripda e já trabalhou na Cielo, liderando a plataforma aberta de inovação da gigante de pagamentos.
“Escolhemos o brasil porque é um povo que já está se acostumando com o nosso modelo de negócio”, diz Prota. Segundo ele, o país já tem barreira de entrada menor do que outros potenciais mercados – o que facilita a chegada de uma empresa com o perfil inovador da N26.
Mudanças previstas para a regulamentação brasileira também ajudaram. Se chegar ao país nos mesmos moldes da sede, onde teve de emitir licença para atuar como instituição bancária, o N26 terá um longo caminho cheio de percalços pela frente – atualmente, para uma instituição financeira existir no Brasil é necessário um decreto presidencial.
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Mas desde o início do ano membros do governo vêm afirmando que o Banco Central se tornará responsabilizado por essas permissões – diminuindo tempo e burocracias para as fintechs.
Como funciona o N26
A unidade brasileira do N26 ainda está em processo de definição do que deve ser trazido aos clientes do país. Essa estratégia, portanto, não será revelada tão cedo.
Segundo Prota, nada impede, por exemplo, que o cartão de crédito padrão para o território nacional seja híbrido (crédito e débito), embora na Europa o banco só emita cartões de débito. Os valores das contas com anuidades também podem ser totalmente diferentes – é possível que elas nem existam por aqui.
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Para dar uma ideia do que pode chegar por aqui, o InfoMoney separou as funções existentes pelo N26 no velho continente:
- Três tipos de conta
O N26 traz três opções de conta digital: N26, N26 Black (que deve mudar de nome, segundo Prota) e N26 Metal – todas com cartões de débito na bandeira Mastercard. A primeira delas é uma solução gratuita, que fornece, no pacote, saques ilimitados na Zona do Euro e pagamentos de títulos em quaisquer moedas.
A conta Black, mais robusta, custa 9,90 euros mensais. Além dos saques na Europa e pagamentos de títulos, oferece a possibilidade de realizar retiradas em caixas eletrônicos ao redor do mundo sem taxas extras e um pacote de seguro da Allianz incluso.
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Já a versão Metal, mais premium, traz um cartão de metal com três opções de cores, desenvolvido, literalmente, para chamar a atenção. Segundo Prota, além das vantagens do plano (descritas abaixo), o cartão muitas vezes é escolhido devido ao seu “estilo”, por pessoas que fazem parte de círculos sociais onde a beleza do cartão pode fazer diferença. “É muito bonito”, diz o executivo.
Além da beleza, o N26 Metal traz ofertas criadas entre o banco e alguns parceiros. Há entre essas ofertas, por exemplo, a possibilidade de usar as instalações do coworking Wework gratuitamente por alguns dias; 10% de desconto em hospedagens pela Hotels.com e ofertas em outras lojas e serviços.
O Metal também fornece um seguro viagem (além do seguro Allianz disponível para o Black) e atendimento ao cliente diferenciado, diretamente no aplicativo (o que não existe para os outros dois). Seu valor, claro, é mais salgado: 16,90 euros mensais.
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Recentemente, o banco lançou o N26 Business para captar o cliente pessoa jurídica. Essa conta também tem cartão próprio, além de funcionalidades específicas para empresas.
- App completo
Como se espera de uma fintech, o aplicativo é a porta de entrada para todos os serviços do N26. A conta é aberta inteiramente pela internet e a maioria das soluções é acessível via smartphone.
Mais que um banco, o N26 quer se tornar uma ferramenta de organização financeira. Dentro do aplicativo, o cliente tem acesso a ferramentas de análise e organização de gastos (é possível criar hashtags para categorizar compras, por exemplo), além de poder solicitar travas de cartões e cancelamento em casa de perda ou roubo.
Um dos diferenciais é o chamado Spaces. Trata-se de um serviço que possibilita a “sub-contas” para guardar valores com finalidades e objetivos diferentes. “É como se fossem várias poupanças. Se acabar o dinheiro de uma, não necessariamente o cartão começa a usar de outra: o cliente define”, explica Prota. O usuário pode optar por manter o acesso livre a todos os “spaces” ao logar no app ou até mesmo adicionar senhas próprias para cada um deles.
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