Limite de banda larga fixa anunciado por Kassab gera protestos na internet

Canadá e Estados Unidos possuem operadoras que trabalham com este formato; ministro acredita que ele será benéfico

Paula Zogbi

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SÃO PAULO – Protestos contra limitação ao acesso à internet via banda larga fixa tornaram-se o assunto mais comentado no Twitter nesta sexta-feira, depois que o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Gilberto Kassab, afirmou que a medida deve se tornar realidade ainda em 2017.

Usando a hashtag #NaoAoLimiteDeInternet, usuários demonstram descontentamento com a possibilidade de precisar pagar tarifas extras para acessar a internet depois de consumida toda a franquia do pacote contratado. Alguns chegam a mencionar o Twitter do ministro em suas postagens.

É a segunda vez em dois anos que o assunto se torna polêmica no Brasil. No ano passado, a Vivo foi a primeira protagonista ao mencionar a possibilidade desse tipo de cobrança a partir do início deste ano. Depois de manifestações em ambos os sentidos envolvendo praticamente todas as operadoras, a Anatel chegou a proibir a prática por meio de medida cautelar.

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Em alguns contratos, operadoras como Oi e Net incluem cláusulas que preveem diminuição da velocidade ou corte de acesso depois do uso da franquia. Por enquanto, todavia, nenhuma delas a aplica.

Onde tem e como seria

Há, em países como Estados Unidos e Canadá empresas que oferecem planos limitados a franquias mensais. Ainda assim, de acordo com levantamentos realizados no ano passado, essa opção é mais barata e existe a possibilidade de contratar pacotes ilimitados. Kassab provavelmente usou a experiência desses países para concluir que a concorrência e a qualidade do serviço podem melhorar também no Brasil.

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Os usuários, porém, não acreditam que a qualidade no país seria a mesma que a da América do Norte.

No ano passado, a Vivo chegou a publicar os números que pretendia aplicar a partir da vigência do serviço limitado. Planos de até 50 Mps por segundo teriam a navegação interrompida: as franquias partiriam de 120 GB e iriam até 300 GB. Um episódio de 20 minutos assistido via Netflix consome cerca de 1,1 GB de internet.

A entidade de defesa do consumidor Proteste tem uma petição online ativada até o final deste ano chamada “Diga não ao bloqueio da sua Internet fixa”. No texto, a medida é classificada como “ilegal” e proibida pelo Marco Civil da Internet.

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Segundo o Código de Defesa do Consumidor, a internet só poderá ser cortada caso o termo esteja previsto em contrato no momento da contratação e seja consentido pelo consumidor. 

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Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney