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CAIRO/GAZA (Reuters) – Israel manteve seu ataque contra a Faixa de Gaza nesta quinta-feira, apesar da intensificação dos apelos internacionais para reduzir o número de vítimas civis em seus bombardeios, à medida que um surto de doenças mortais se alastra entre os moradores desabrigados.
Israel afirma que seus ataques a Gaza têm como objetivo aniquilar o Hamas, grupo cujos combatentes atravessaram a cerca da fronteira de Gaza em 7 de outubro, matando 1.200 israelenses, a maioria civis, e fazendo 240 reféns.
Desde então, Israel destruiu grande parte do enclave palestino. Pelo menos 18.608 pessoas foram mortas e 50.594 ficaram feridas nos ataques israelenses em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza.
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A grande maioria dos 2,3 milhões de habitantes fugiu de suas casas, muitas delas dormindo na rua, o que as deixa vulneráveis a doenças.
No hospital Nasser, em Khan Younis, onde a ala de traumas foi sobrecarregada com os feridos, bebês doentes também foram amontoados em vários leitos na ala infantil.
“Vários pacientes chegam com casos de desidratação extrema, alguns dos quais podem chegar ao ponto de insuficiência renal ou enfraquecimento da função renal”, disse o Dr. Ahmed al-Farra, chefe da pediatria.
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Já foram registrados até 30 casos de hepatite A, que leva até um mês de incubação, segundo ele.
“Portanto, depois de um mês, haverá uma explosão no número de casos de hepatite A, e esse é um indicador muito perigoso ao qual se deve prestar atenção, devido à superlotação e à ingestão de alimentos impróprios para consumo humano e ao uso de banheiros compartilhados”, afirmou.
A faixa costeira está agora enfrentando um desastre de saúde pública devido ao colapso de seu sistema de saúde e à disseminação de doenças, disse o escritório humanitário da ONU.
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“Temos um desastre de saúde pública”, disse Lynn Hastings, coordenadora humanitária da ONU para o Território Palestino Ocupado.
No centro de Rafah, no sul do enclave costeiro, 24 pessoas foram mortas em um ataque israelense que atingiu duas casas, informou a mídia do Hamas na quinta-feira. Não houve confirmação imediata do Ministério da Saúde palestino.
O conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, que está visitando a região e estará em Israel na quinta e sexta-feira, discutirá com os israelenses a necessidade de serem mais precisos em seus ataques contra alvos do Hamas, disse o porta-voz John Kirby aos repórteres.
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Quase metade das munições ar-terra que Israel usou em Gaza em sua guerra contra o Hamas desde 7 de outubro não foi guiada, também conhecida como “bombas burras”, de acordo com uma avaliação da inteligência dos Estados Unidos relatada pela CNN.
Cerca de 40-45% das 29.000 munições ar-terra que Israel usou não foram guiadas e o restante foram munições guiadas com precisão, segundo reportagem da CNN.
Os temores de que o conflito se espalhe em uma região volátil permanecem.
Um navio-tanque no Mar Vermelho, ao largo da costa do Iêmen, foi atacado por homens armados em uma lancha e alvo de mísseis, disseram fontes marítimas na quarta-feira. Esse é o mais recente incidente que ameaça a rota de navegação vital depois que as forças Houthi do Iêmen, que são apoiadas pelo Irã, alertaram os navios para não viajarem para Israel.
O custo da guerra entre Israel e Hamas para os vizinhos Líbano, Egito e Jordânia, em termos de perda do PIB, pode chegar a 10,3 bilhões de dólares ou 2,3%, e pode dobrar se o conflito durar mais seis meses, segundo um estudo encomendado pelo Programa de Desenvolvimento da ONU.