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Aurea Finvest quer o melhor “match” para negócios imobiliários

Plataforma digital foi criada para ajudar vendedores a entender vocação de seus imóveis e conectá-los a investidores e incorporadoras

Lucinda Pinto

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Devo vender meu terreno para uma padaria ou faz sentido procurar a oferta de uma grande construtora? E como encontrar o comprador com o perfil mais adequado para o negócio?

A constatação de que há um universo de boas oportunidades comerciais no mercado, mas que nem sempre  o vendedor conhece o potencial desse bem,  levou a Aurea Finvest a lançar, em setembro, a Aurea Digital, plataforma de desenvolvimento imobiliário.

O objetivo é dar subsídios analíticos para que esse vendedor entenda qual é o momento do mercado e do seu imóvel, e conectá-lo aos compradores que buscam esse tipo de oportunidade. E, no meio do caminho, oferecer alternativas de financiamento, seja bancário, seja no mercado de capitais, por meio de instituições parceiras da Aurea Finvest.

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“Nem todas  as pessoas que têm bens sabem qual pode ser o melhor uso para eles”, explica Pedro da Costa Lima, um dos fundadores da Aurea Digital. Essa dificuldade – que em geral não se aplica a imóveis residenciais, que têm uma vocação mais clara – é muito comum quando uma empresa ou uma família precisa se desfazer de um prédio, um galpão ou um terreno. O risco, explica Lima, é que essa falta de entendimento sobre o melhor destino daquele bem atrase o negócio ou leve a uma definição errada do valor.

Ao mesmo tempo, existem investidores e incorporadoras buscando “oportunidades únicas”, diz Lima, que podem ser melhor acessadas por meio dessa conexão. “As 20 maiores incorporadoras da região de São Paulo já estão conectadas para encontrar essas oportunidades”, diz Lima. Segundo ele, em um mês e meio de atividade, a plataforma já registrou 211  “matchs” para negócios.

Pedro Lima, co-fundador da Aurea Finvest (Foto: Divulgação)

“O mercado imobiliário  hoje é muito fragmentado, o que torna o processo sempre muito moroso”, explica Lima. Um ponto importante, diz o executivo, é que o setor imobiliário, responsável por cerca de 10% do PIB do país, é classificado como o terceiro menos digitalizado, perdendo apenas para os de caça e pesca.

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A plataforma desenvolvida pela Aurea Digital levanta dados da região em que está o imóvel, como o tipo de zonamento, estoque de imóveis na região, preço do metro quadrado, equipamentos públicos disponíveis em um raio de dois quilômetros, a predominância de atividades naquela região e que tipo de desenvolvimento está ocorrendo. Por meio de uma ferramenta de inteligência artificial, a plataforma analista essas informações e fornece, em menos de 24 horas, um relatório sobre qual a vocação daquele bem.

Essa análise é gratuita. Mas o cliente pode escolher avançar para buscar informações mais específicas, como o tipo de estrutura financeira a operação comportaria, ou mesmo soluções como a emissão de laudos ou outros documentos.

Um exemplo concreto do uso da plataforma é a análise de imóveis hoje ocupados por agências bancárias. Para seguir a tendência de redução do número de agências físicas, um banco cadastrou todas as suas agências para  definir  a melhor estratégia, ou seja, quais imóveis devem colocados à venda, levando em conta a realidade daquela região e do mercado.

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Os imóveis analisados pela plataforma passam a integrar um banco de dados, ao qual uma rede de investidores (assets, family office ou outros) e incorporadoras têm acesso. “A gente vem mapeando investidores e constituindo inteligência para essa conexão”, explica. “É uma forma de destravar valor, descobrir negócios potenciais e facilitar a operação”, explica.

Um potencial comprador é a própria Aurea Finvest, por meio de seu braço Aurea Homes, que desenvolve incorporação residencial de empreendimentos boutique, ou seja, com poucas unidades, arquitetura diferenciada e  localizados em bairros de alta renda em São Paulo como Itaim, Vila Nova Conceição ou Jardins.

Hoje, a plataforma atende à  cidade de São Paulo – que responde por 40% do mercado imobiliário do país – e se prepara para ampliar a atuação para Campinas e Alphaville. A escolha dessas praças tem a ver com a organização e disponibilidade dos dados das prefeituras, fundamentais para a análise dos imóveis.

Lucinda Pinto

Editora-assistente do Broadcast, da Agência Estado por 11 anos. Em 2010, foi para o Valor Econômico, onde ocupou as funções de editora assistente de Finanças, editora do Valor PRO e repórter especial.