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Brasil tem 5,3% do share de 5G no mundo: o que falta para a rede crescer?

América latina adota novas tecnologias com atraso de dois a três anos na comparação com o resto do mundo, diz executivo da Omdia

Giovanna Sutto

(Getty Images)
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O Brasil tem 5,3% de participação de 5G no mercado global (share), com 11,4 milhões de conexões em dispositivos móveis, mostra pesquisa da Omdia, consultoria especializada em telecomunicação. O patamar pode ser considerado baixo, mas é esperado, conforme Ari Lopes, analista de mercado da Omdia. Os dados abarcam o 2º trimestre de 2023.

“A América Latina historicamente entra em novas tecnologias com dois a três anos de atraso na comparação com o resto do mundo. Estamos no começo da implementação, mas com muito potencial daqui para frente”, afirmou Lopes em coletiva à imprensa no Futurecom 2023, evento realizado em São Paulo.

A China, por exemplo, tem 60% de participação no mercado 5G (veja abaixo).

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E o que fazer para impulsionar a massificação da rede 5G no Brasil? A resposta está no preço dos aparelhos 5Gm, acentua Lopes. “Hoje o smartphone 5G é caro e não é amplamente acessível. São menos dispositivos desse tipo e que custam mais que os modelos 4G”.

Marcos Ferrari, presidente da Conexis Digital Brasil, associação das empresas de telecomunicações, já chegou a ventilar incentivos tributários para que os smartphones 5G fiquem mais baratos. 

Além disso, Lopes pondera que a construção do ecossistema 5G leva tempo. “Cerca de 46% da população está em regiões com 5G”.

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País Share % de participação no 5G (2ºtri/23)
China 60%
Finlândia 57,6%
EUA 43%
Austrália 39%
Suécia 25,5%
Canadá 18,5%
Brasil 5,3%
Peru 1,5%
Dados de participação de mercado de alguns países coletados com operadores e reguladores locais pela Omdia referentes ao 2º trimestre de 2023

Receita de Telecom no Brasil sobe 7%

O estudo da Omdia também mostra que a receita do setor de telecomunicações por país somou US$ 6,8 bilhões, considerando apenas o primeiro trimestre de 2023, alta de 7% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Na avaliação de Lopes, o crescimento pode não ser sustentável porque o 5G corresponde a 5% de mercado e “não é alavanca de receita para as empresas ainda”.

“E a fibra, que é muito consolidada no país, embora ainda tenha crescimento de 19% em 2023 [1º tri] apresenta taxas decrescentes na comparação com os últimos anos [queda de 30% em relação a 22]. Então, as operadoras devem enfrentar uma ‘entressafra’ mais fraca até o 5G tomar mais força e vão precisar de outras alavancas para crescer”, diz o analista de mercado da Omdia.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.