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Em entrevista concedida após a divulgação de seu balanço, a Braskem voltou a chamar a atenção para os efeitos negativos que o ambiente de maior competição de produtos importados tem gerado na companhia e no setor. E voltou a defender uma política que um mundo mais fragmentado e protecionista, o Brasil precisa também adotar uma política que dê suporte para a indústria local. “Em um mundo cada vez mais fragmentado e protecionista, é importante que o Brasil também tenha a sua política”, afirmou Pedro Freitas, CFO da Braskem.
A companhia petroquímica registrou um prejuízo de R$ 2,418 bilhões no terceiro trimestre, 119,2% maior que as perdas de R$ 1,103 bilhão no mesmo período de 2022. Mas o resultado mostrou uma melhora em relação ao trimestre anterior, quando o prejuízo havia sido de R$ 771 milhões. A companhia atribuiu esse desempenho principalmente ao impacto da variação cambial no resultado financeiro, dada a depreciação do real final frente ao dólar final de 4% sobre a exposição líquida da companhia, no montante de US$ 4,0 bilhões.
O ambiente internacional desfavorável, diante da queda do nível do consumo mundial, já vem sendo apontado pela companhia como uma fonte de preocupação desde o segundo trimestre. Agora, Freitas afirma considerar ser “fundamental” a retomada do patamar original do Regime Especial da Indústria Química (Reiq). Quando criado, em 2013, o Reiq previa uma alíquota de incentivo por meio de créditos de PIS Cofins de 8%. “A situação hoje é muito pior e a alíquota está em 1,4%”, diz Freitas, acrescentando que há estudos comprovando o efeito positivo que essa política pode gerar sobre o PIB.
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A Braskem registrou uma alavancagem de 12,2 vezes pela relação entre dívida líquida e Ebitda em dólar em setembro o que, segundo Freitas, já era um resultado esperado, diante do ciclo de baixa da indústria. A expectativa do executivo, entretanto, é de que o indicador comece a cair já a partir do quarto trimestre. “De todo modo, a dívida líquida da companhia é baixa e controlada”, acrescentou.
Sobre a oferta não vinculante apresentada pela Adnoc ontem pelo controle da companhia, o CEO Braskem, Roberto Bischoff, afirmou que é muito cedo para fazer qualquer análise. Mas reiterou que a companhia está pronta para contribuir para a due diligence, caso essa seja a decisão dos acionistas.
Sobre um possível aumento das exportações caso a Adnoc concretize a aquisição, Bischoff, observou que as plantas que estão no Brasil tem vocação para atender o mercado doméstico e isso vai continuar existindo. “Dependendo da competitividade das cadeias, a produção pode ser exportada também, mas isso é da dinâmica dos negócios”, afirmou.
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