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A Caramuru Alimentos, uma das maiores esmagadoras de soja e milho do país, está inaugurando nesta quinta-feira sua segunda planta de processamento de Proteína de Soja Concentrada (SPC), em Itumbiara (GO). A empresa investiu R$ 250 milhões na unidade, que tem capacidade para produzir 90 mil toneladas por ano e deverá gerar uma receita anual da ordem de R$ 100 milhões. Foram criadas 42 novas vagas de trabalho com o projeto, que contou com incentivo tributário do governo goiano.
“Com a nova planta, continuamos ampliando nosso portfólio de produtos de maior valor agregado”, disse Júlio Costa, presidente da Caramuru, ao IM Business. A SPC produzida em Itumbiara, onde a Caramuru já conta com um complexo fabril com mais de 1,1 mil funcionários, será exportada sobretudo para empresas que atuam no segmento de aquicultura na América Latina, na Ásia e na África.
No Chile, por exemplo, a proteína é muito usada na alimentação de salmões. Mas pode ser usada também na nutrição de suínos, aves, bovinos e humanos. A companhia já produz SPC desde 2013 em uma planta em Sorriso (MT), que tem capacidade para 200 mil toneladas por ano e gera um faturamento anual de cerca de R$ 600 milhões.
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No caso da unidade no município mato-grossense, onde a Caramuru também mantém outras atividades, a proteína é produzida a partir de soja não-transgênica, mais valorizada. A oferta é direcionada principalmente a clientes da área de pescados na Noruega. Em Itumbiara, a soja processada será transgênica.
A empresa tem acelerado seus investimentos em produtos de maior valor agregado. Já conta com três usinas de biodiesel – duas em Goiás (São Simão e Ipameri) e uma em Mato Grosso (Sorriso) -, fabrica glicerina (subproduto do biodiesel) refinada em Ipameri (GO) desde 2021 e tem outros projetos em curso.
Na mesma Ipameri, deverá investir R$ 210 milhões para duplicar a capacidade de processamento de soja, para 3 mil toneladas por dia, e se tornar autossuficiente em óleo para a produção de biodiesel na usina local. Segundo Costa, a duplicação terá início no início do ano que vem, com conclusão prevista para meados de 2025.
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A Caramuru também anunciou recentemente que vai investir quase R$ 80 milhões em uma planta de glicerina bidestilada em Sorriso, que deverá entrar em operação no fim do ano que vem. Na área de logística, a empresa promete aportar R$ 76 milhões em um novo shiploader em Santana, no Amazonas, para agilizar o escoamento de suas exportações de grãos pelo Arco Norte.
Com esses investimentos, a companhia busca garantir margens e melhorar a eficiência de suas operações, diluindo o peso do processamento e das exportações de grãos e derivados em seus negócios. No segundo trimestre deste ano, a receita líquida da Caramuru com “commodities diferenciadas”, como o farelo de soja Hipro não transgênico, alcançou R$ 805 milhões, 2,2% mais que no mesmo período de 2022.
Em todo este ano, a receita líquida consolidada da empresa deverá atingir cerca de R$ 8 bilhões, abaixo do valor recorde de 2022 (R$ 8,6 bilhões). A queda decorre da retração dos preços de soja e milho. “Em volume faturado, vamos crescer 10%”, afirmou Júlio Costa. As exportações responderam por entre 35% e 40% da receita da Caramuru.
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